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Folha manipula – falou de casas entregues sem luz e agua e era mentira
Nesta semana, a Folha de S Paulo publicou matéria sob o título Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz (manchete no digital) na qual apresentava uma moradora de Vitória da Conquista para mostrar que casas do programa Minha Casa Minha Vida estavam sendo entregues sem luz elétrica. A personagem é Fabiana Oliveira Lita, que reclama ter sido vítima de má fé – “Quando eu recebi a chave da casa no dia 9, eu em seguida dei entrada no pedido da luz e da água, eles me disseram que eu tinha o prazo de 5 dias úteis pra ter efetivada a ligaçao. Quando o entrevistador (o reporter) apareceu na minha casa, a luz nao estava ligada, mas ainda estava no prazo, e ele (o entrevistador) usou isso de má fé nessa informaçao” – disse ao blog do Paulo Nunes que comenta – “Todos sabem que é de responsabilidade do próprio usuário pedir a ligaçao da luz e da água para a concessionária do serviço quando muda para uma casa nova. Menos a Folha, é claro. Ela está mais preocupada em macular a imagem do maior programa de habitaçao popular (…..)”.
Ombudsman
A ombudsman da Folha nao perdoou seu jornal. Diz – “A Folha acusou a presidenta Dilma de entregar casas sem água nem luz no interior da Bahia. O jornal mostrou, na 4a feira, que parte das moradias inauguradas em Vitória da Conquista, no programa Minha Casa Minha Vida, estava no escuro e a seco. Os moradores usavam velas à noite e enchiam baldes nas casas dos vizinhos”.
“Bastava ler o ‘outro lado’ para concluir que a acusaçao nao fazia sentido. O Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com instalaçoes elétricas e hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligaçao dos serviços às empresas de distribuiçao do Estado”. Lembra que o mesmo acontece com qq pessoa – “Depois de receber as chaves, é a pessoa que aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone”.
Segue – “Diante das explicaçoes dadas pelo governo e pelas concessionárias de serviços estaduais, o jornal deveria ter derrubado a reportagem. Nao adianta registrar burocraticamente o ‘outro lado’, como prega o Manual da Redaçao, mas insistir numa acusaçao vazia”.
Revela que a Redaçao nao concorda – “A informaçao de que as casas foram entregues sem água nem luz é relevante por mostrar a pressa com que o governo tem organizado essas inauguraçoes, por motivos obviamente eleitorais. O objetivo da reportagem era mostrar isso e nao culpar a presidenta pela falta de água e luz”, diz a editoria Poder (!)
E a ombudsman – “Se era assim, por que o título dizia Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz? Em plena campanha (alguém duvida que já começou?), é preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de 2014″.
Ouça aqui – Som da entrevistada com sua queixa de ter sido destorcida pelo jornal a informaçao que passou ao reporter – postado pelo Azenha no Viomundo, aqui o link direto – https://soundcloud.com/azenha/fabiana-se-diz-enganada-por
Wilson
Agora que o estrago já teria sido feito, não adianta se lamentar ou pedir desculpas… Descaramento puro. Vergonhoso.
Horlando haleRgia
Pois Zé, num é? Isso foi em relação a uma matéria. Imaginem quando for uma biografia! Hum… Não as biografias corretas, as apuradas, as informativas e as que querem mesmo registrar a História. Refiro-me às biografias de levianos que querem levianamente alcançar o estrelato e até ganhar uns trocados… A custa da vida dos outros. Vou repetir: falo, apenas, em relação às biografias levianas, irresponsáveis. Está bom assim?
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Ih… Antes que o articulista puxe minhas orelhas (por eu, eventualmente, ter me afastado do assunto), volto: este caso mencionado – se ocorreu exatamente como ocorreu – mostra que, infelizmente, o jornalismo erra, erra muito, erra antes e… Insiste em não admitir nem corrigir o erro. Se foi exatamente como está narrado, repito.
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Lembrei de alguns casos “famosos”, lamentavelmente “famosos”: o da Escola Base, em São Paulo, e o caso do sujeito que “caiu” num tambor de refrigerante, no Rio de Janeiro e, parece, somente o repórter viu e insistiu que viu.
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Ainda bem que nem sempre o “corporativismo” impera em situações assim. Aqui, no presente caso, o assunto foi muito bem abordado!
Francisco
O duro é que, pega na pilantragem, a Folha manteve a matéria. Credibilidade é artigo em falta nos jornalões.