A cruzada da mídia contra Neymar – preferem o garoto jogando na Europa

Em ‘A cruzada da mídia contra Neymar‘, no Observatorio, Antonio Carlos Teixeira comenta declaraçao do colunista do Estado e comentarista do canal ESPN Antero Greco, no sábado, em sua conta no Twitter – “No mundo todo (ou quase), se surge 1 sujeito com potencial para ser astro, é um orgulho. Por aqui, nao se vê a hora que Neymar vá embora. O que eu queria ver era uma campanha para fazer com que os clubes mantivessem seus principais jogadores e ainda trouxessem os de fora”.

No domingo, Antero reforçou em seu blog no Estadao observaçoes de tuites do dia anterior. Em resumo, escreveu – “Faz algum tempo remo contra a maré, ao defender a permanência de Neymar no Brasil por mais algumas temporadas. Posiçao que nao tem respaldo de muita gente boa, que, sem qualquer ligaçao direta com o rapaz, insiste na saída imediata, para que possa ganhar experiência e tornar-se maior. Consideram que só na Europa poderá crescer, ganhar prêmios, ajudar a seleçao brasileira, rivalizar com os craques internacionais, etc.” (…..)

Segue Antonio Carlos Teixeira – “Por questao ética, Antero nao pode mencionar nomes dos que empurram Neymar para a Europa. Eu posso”.

“A TV Globo, que passou a transmitir a Liga dos Campeoes, começou campanha covarde para que a joia santista acerte sua transferência para algum clube do velho continente. A poderosa emissora escalou Galvao Bueno para fazer esse papel. Como chefao, Galvao convocou Walter Casagrande, Caio Ribeiro e Arnaldo César Coelho para infernizar a joia brasileira”.

“Nos jogos da Seleçao Brasileira, o quarteto nao perde a chance de cutucar o garoto santista. Basta uma queda, ou mesmo drible a mais para a corneta global tocar em harmonia de vozes. Casagrande, com o qual muitos tiveram paciência para que ele pudesse se recuperar da dependência química, demonstra intolerância incompreensível com Neymar”.

“O site do Globo Esporte também começa a se especializar em criar polêmicas envolvendo Neymar. Dá espaço a qualquer pessoa que fale mal publicamente do menino. Só falta criar coluna para receber as ofensas contra o garoto, do tipo ‘Deixe aqui seu xingamento contra Neymar’…”

“No SporTV, a cruzada contra Neymar segue no Bem, Amigos!, comandado também por Galvao. E lá, de novo, surge Alberto Helena em defesa de Neymar. No programa de 2a feira (8/4), Helena disse, sem meias palavras, que Galvao, Casagrande e Caio ‘cornetaram’ Neymar o tempo todo, mesmo o garoto tendo feito 2 gols em 45 minutos no amistoso do Brasil pró-Corinthians contra a Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. Espera-se que essa afirmaçao nao custe o emprego de Helena, como ocorre com quem discute com o narrador número 1 da Globo”.

(…..) “Criou-se tese entre jornalistas esportivos de que o jogador brasileiro precisa ir para a Europa a fim de desenvolver seu futebol. Mantra repetido diariamente pela mídia brasi-europeia, que só convence os que têm algum interesse em valorizar o futebol europeu, ou aqueles que vivem diante do videogame. Até parece que as seleçoes europeias têm massacrado a brasileira, em especial. Das últimas 5 copas do mundo, o Brasil venceu duas e chegou à final em outra”.

(…..) “Peço permissao a Antero Greco para finalizar este texto com trechos extraídos de artigo publicado no seu blog no domingo” – escreve Antonio Carlos Teixeira e cita – “No lugar de apontarmos o dedo para Neymar e acusá-lo de cai-cai, mascarado, marqueteiro e outras bobagens menores, deveríamos nos unir e carimbá-lo como patrimônio nacional. Quem sabe assim os outros clubes nao se animassem a se mexer, a tornar-se profissionais e segurar o que têm bom e dar uma banana para os estrangeiros? Sonho, loucura, besteira, divagaçao, quimera, utopia? Sei lá, pode usar o termo que quiser. Mas ainda imagino o dia em que curtiremos nossas joias por bastante tempo, antes que elas se decidam a mostrar suas qualidades para outras plateias. Enquanto isso, babamos para os Barças, Manchesters, Milans da vida. E eles nos olham como gentalha, que se sente honrada porque seus melhores jogadores atraem a atençao dos colonizadores”.

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