A internet, o recalque, o gato preto e o politicamente (in)correto – o ‘caso’ VW

Estávamos vivendo nossas vidas neste vasto mercado de comunicaçao (ironia detected) quando fomos sacudidos por mais uma polêmica nas redes sociais: A Volkswagen, em comercial para TV, está ‘reforçando’ o estereótipo do ‘Gato Preto da Azar – “Isso é crueldade e só macula a imagem dos bichanos mais adorados da internet”, dizem os críticos – “Vao arrumar uma pia de louça pra lavar”, gritam os defensores da montadora. 

Fico muito intrigado e tentando me lembrar como era a vida pré-internet – Pra mim, que tenho computador desde o começo dos anos 90 e internet desde a época da Cigana Dara é ainda mais complicado. Por exemplo, se o comercial em questao tivesse passado 15 dias no ar no intervalo de ‘Explode Coraçao’, teria causado a mesma comoçao? Ficaríamos sabendo da polêmica? Talvez uma notinha nos jornais, uma mençao em colunas especializadas e nada mais. Passaria… assim como passaram tantas outras coisas.

Na era do recalque (se você ainda nao foi chamado de recalcado em ~debates no feice~, sinto informar que mais cedo ou mais tarde será) e da inquisiçao online, da fogueira das vaidades 2.0 e do todo-mundo-tem-opiniao-sobre-tudo, nao participar de uma ‘shitstorm’ ou de 1 levante virtual é o mesmo que nao existir virtualmente. Se antes a propaganda pensava em vender e ganhar prêmios, hoje ela tem que pensar nisso e nas possíveis ‘vítimas’ e pessoas as quais ela pode agredir. Se o mundo está mais chato por conta disso? Nao acho. Só temos mais pontos de vista e milhares de vozes a favor e contra a sua marca. Conviva com isso e pense além do óbvio (e o óbvio está cada vez mais longe da ‘famosa’ caixa).

Hilário Júnior é publicitário pernambucano radicado em Sao Paulo, trabalhando com redes sociais e internet desde 2008.

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