A omissao dos fatos como estratégia para manipular, uma prática comum da mídia brasileira

É fácil demais manipular a opiniao pública de um país em relaçao ao que acontece em outro país. Basta dar destaque ao que interessa e omitir o que nao convém publicar. Neste fim de semana em Buenos Aires, o mais forte opositor ao governo de Cristina Kirchner, Mauricio Macri, conseguiu eleger seu sucessor no comando da cidade capital do país, mas por muito pouco nao perdeu o controle de seu distrito estrela. Desesperado com o resultado apertado, Macri surpreendeu. Em seu discurso logo após a apertada vitória de Horacio Rodriguez Larreta, defendeu praticamente todas as políticas básicas do governo kirchnerista, as mesmas que sempre criticou, como a estatizaçao dos fundos de pensao, da Aerolíneas Argentinas, da petroleira YPF, além dos planos de ajuda social.

Para se ter uma ideia da dimensao do absurdo (e oportunismo) do discurso de Macri, seria mais ou menos o mesmo que ver, de um dia para o outro, o Bolsonaro passando a defender os direitos dos homossexuais ou o MST pedindo o fim da Reforma Agrária. Uma pena que o jornal O Globo e seus correspondentes em Buenos Aires fizeram questao de ocultar nesta reportagem a estranha virada de casaca da direita argentina, que certamente repercutirá nos resultados da eleiçao nacional de agosto (primárias) e outubro. O programa Duro de Domar exibiu uma divertida reportagem, escancarando as contradiçoes do candidato da direita a presidente da Argentina, Mauricio Macri.

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