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A omissao dos fatos como estratégia para manipular, uma prática comum da mídia brasileira
É fácil demais manipular a opiniao pública de um país em relaçao ao que acontece em outro país. Basta dar destaque ao que interessa e omitir o que nao convém publicar. Neste fim de semana em Buenos Aires, o mais forte opositor ao governo de Cristina Kirchner, Mauricio Macri, conseguiu eleger seu sucessor no comando da cidade capital do país, mas por muito pouco nao perdeu o controle de seu distrito estrela. Desesperado com o resultado apertado, Macri surpreendeu. Em seu discurso logo após a apertada vitória de Horacio Rodriguez Larreta, defendeu praticamente todas as políticas básicas do governo kirchnerista, as mesmas que sempre criticou, como a estatizaçao dos fundos de pensao, da Aerolíneas Argentinas, da petroleira YPF, além dos planos de ajuda social.
Para se ter uma ideia da dimensao do absurdo (e oportunismo) do discurso de Macri, seria mais ou menos o mesmo que ver, de um dia para o outro, o Bolsonaro passando a defender os direitos dos homossexuais ou o MST pedindo o fim da Reforma Agrária. Uma pena que o jornal O Globo e seus correspondentes em Buenos Aires fizeram questao de ocultar nesta reportagem a estranha virada de casaca da direita argentina, que certamente repercutirá nos resultados da eleiçao nacional de agosto (primárias) e outubro. O programa Duro de Domar exibiu uma divertida reportagem, escancarando as contradiçoes do candidato da direita a presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Peter
Engraçado o exemplo aburdo do bolsonaro quando há um bem mais patente e evidente (e real) nas ações da Dilma em relação à mudanças no seguro-desemprego, flexibilização das leis trabalhistas, privatização para salvar défict público e, vejam só, pedir ajuda aos Tucanos para garantir a governabilidade.
Nota-se que esta mídia também omite o que não interessa à canhota.
Daniel Oiticica
Peter, o PT vem seguindo mais ou menos a cartilha iniciada com Lula no primeiro mandato. Nunca governou como se esperava, nunca honrou seu passado como partido de esquerda, combativo e ao lado dos trabalhadores. Você se lembra quem foi o primeiro ministro de Economia da Era Lula? Foi na escolha de Meirelles para comandar a economia de seu primeiro governo que o PT começou a desandar… Mas isso já faz muitos anos. Podemos dizer que a política econômica atual da Dilma nao tem nada de contraditória com o que seu partido vem fazendo há mais de uma década no Brasil. Desculpe, se fui mal interpretado com os exemplos que coloquei no meu artigo. Mas esclarecendo: nao foi omissao. So considero que o “ajuste” da Dilma nao tem nada de novo em relacao ao governo do PT. Abraço