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‘A sociedade nao precisa + q lhe digam o q é ou nao relevante como informaçao’
Discutindo (ainda) a decadência da midia tradicional
Luciano Martins Costa esta semana, no Observatorio, verificando o projeto do Estadao ~para sair da crise~ em A estrategia do encolhimento – “Durante a semana, o jornal encolhe, transforma antigos cadernos em seçoes mais curtas, de 2 ou 4 páginas, e nos fins de semana abre espaço para abrigar o maior volume de anúncios. O conteúdo jornalístico é assumido oficialmente como recheio da publicidade. Assim, os jornais domingueiros ficam mais parecidos com as revistas semanais, e a imprensa diária assume a nova realidade – o leitor parece preferir as notícias curtas dos meios digitais, nos chamados dias úteis, e tem mais tempo para textos longos apenas no fim de semana”.
Segue – “Acontece que esse modelo, típico das revistas semanais, também está em crise, o que remete o problema para outra dimensao – a despeito da costumeira discussao sobre o efeito das tecnologias digitais no fraco desempenho da mídia tradicional, a realidade exige outro questionamento sobre as verdadeiras razoes da decadência daquele complexo industrial que costumamos chamar de imprensa”.
Ainda – “Há muitos indícios de que já nao se trata apenas de uma questao de suporte para a notícia ou da necessidade de adequar o modelo clássico de negócio. Se o desafio da mídia tradicional fosse apenas o de migrar para o ambiente digital, há muito tempo as antigas empresas de jornalismo teriam se consolidado como líderes no setor de comunicaçao”.
Sugere – “O mais provável é que a sociedade tenha ampliado suas ambiçoes e nao necessite mais de quem lhe diga o que é ou nao relevante como informaçao no dia a dia”.
Mais adiante – “A mídia tradicional sempre foi um instrumento do poder econômico, dedicado a consolidar valores conservadores e restringir a agenda pública de modo a evitar maiores questionamentos ao sistema” – “Um contexto social mais diversificado e aberto, como o das redes sociais digitais, nao é um ecossistema especialmente favorável a instituiçoes nascidas para impor à sociedade determinada visao de mundo. Pode-se, entao, ponderar que a crise da imprensa tem um pé na ampliaçao das possibilidades abertas com as tecnologias de informaçao e comunicaçao, mas nao se resume a isso. Para entender esse contexto, é preciso levar em conta a hipótese de que a imprensa como a conhecemos nao tem o DNA adequado para sobreviver num ambiente comunicacional realmente aberto. Assim, de corte em corte, acabaremos chegando ao tamanho real que um jornal deve ter”.
Nao perca Lembra do tempo qdo a opiniao publica era a opiniao dos donos de jornais? – anterior no Blue Bus.
joao lobo
desde quando mudou?
Antonio
A grande ficha que está caindo agora aponta para uma transformação radical da função da imprensa para atender às exigências de uma sociedade que se transforma dia-a-dia rapidamente. A questão não se reume apenas a uma mera mudança de mídia – impressa para digital – mas à uma reflexão sobre a propria essência do jornalismo numa sociedade que vem ganhando voz própria graças à liberdade e democratização da expressão trazida pelo ambiente social digital. Não, é?