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Abordar ‘indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra’ :(
Desde o dia 21 de dezembro passado, policiais militares do bairro Taquaral, um dos mais nobres de Campinas, SP, cumprem a ordem de abordar “indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra”. A orientaçao foi dada pelo oficial que chefia a companhia responsável pela regiao, mas o Comando da PM nega teor racista na determinaçao (?) Nota hoje no Diario de S Paulo via @Mell_c
Racismo o Brasil, verbete na Wikipedia.
Francisco
A segurança pública em SP virou caso de polícia.
Jayme
Dois anos atrás, escrevi um longo texto defendendo o sistema de cotas nas universidades, como um catalisador para o longo processo de integração do negro à sociedade. É hipócrita ou ingênuo comprar o discurso que aponta o problema como “social e não racial”. O problema racial é um problema a ser tratado de forma específica, por ter características específicas — e claramente identificáveis. A discriminação surda, oculta sob um mito de democracia racial, é mais cruel ainda do que a discriminação explícita — esta ao menos deixa claro o objeto das lutas. O inacreditável despacho do meganha acima é só mais uma demonstração de que a questão racial no Brasil está longe de ser resolvida, embora tenha avançado desde “o tempo em que preto não entrava no Bahiano nem pela porta da cozinha”, como lembram os versos de Gil. O Bahiano não existe mais.