Abril em Lisboa – chuvas mil e Lula no Capitólio

Foi no emblemático Cineteatro Capitólio, no Parque Mayer, bem próximo à Avenida da Liberdade, em Lisboa, que representantes políticos do Brasil (Tarso Genro – PT e Guilherme Boulos – PSOL), Espanha (Pablo Iglesias – Podemos) e Portugal (Catarina Martins – Bloco de Esquerda) se reuniram no final da tarde de ontem num ato em defesa da democracia brasileira. Plateia lotada e no ar um ‘cheirinho de alecrim’ inundava o ambiente nas palavras dos intervenientes. “Nós estamos aqui para defender a democracia. Todos os problemas globais sao nossos problemas e precisam de uma resposta internacional”, argumentou Pilar del Río, da Fundaçao José Saramago, na apresentaçao dos convidados. Com Boaventura Sousa Santos – do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) – foram os coordenadores dessa iniciativa. “Tirar Lula do caminho é tirar a esperança do povo brasileiro. Portugal tem uma responsabilidade histórica sobre essa sociedade”, falou Boaventura Sousa Santos, antes de fazer um pedido para que todos assinem a petiçao ‘Lula para prêmio Nobel da Paz’.

A seguir, Tarso Genro fez um histórico dos últimos acontecimentos no país, sem deixar de lembrar de Marielle e do “golpe contra os direitos conquistados pelo povo brasileiro”. “Lula é um preso político, nao é um preso comum”, declarou na saída debaixo de fortes aplausos. No mesmo tom, quase em resposta ao que havia acabado de ouvir, Catarina Martins entrou dizendo que “nao admitimos presos políticos e lutamos pela democracia” e deixou um recado para os que ainda têm dúvidas – “quando tem a ver com liberdades democráticas, claro que tem a ver conosco. E quem ficar calado é cúmplice do fascismo”, avisou. Mais discreto, mas nao menos combativo, Pablo Iglesias apresentou os números do governo Lula e, como um elogio, declarou que “essa luta é um exemplo para todos os democratas”.

O pré-candidato pelo PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, afirmou que o Brasil vive hoje a crise democrática mais profunda dos últimos 25 anos, com a “escalada da violência e o ódio no lugar do debate político” e que “precisamos construir uma campanha internacional (…) uma ampla frente democrática com partidos nacionais, internacionais e movimentos sociais” para denunciar os graves retrocessos democráticos pelos quais o país está passando.

Ao final, para surpresa de muitos e felicidade geral dessa naçao europeia que vive há 44 anos em democracia (desde o 25 de abril de 1974), um coral subiu ao palco para com o seu canto e suas músicas saudar os presentes, lembrando o passado e suas lutas por melhores dias, distribuindo solidariedade e esperança para todos. Lá fora, como diz o ditado popular – abril chuvas mil. Lágrimas…

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