Conhecimento | Aprender na empresa, empreender na escola | Tania Savaget

Ouvi de uma amiga que acabou de receber a filha recém-chegada de um intercâmbio na Europa que, em alguns países, assim que saem da escola, os alunos passam por um período de estágio em algumas empresas para, só depois, entrar na faculdade. O último ano da escola já oferece uma série de matérias com conteúdo técnico em algumas áreas – arquitetura, culinária, fotografia etc – para cada um ter uma ideia do que quer fazer da vida: ficar nos cursos técnicos, encarar uma faculdade, empreender. Nestes períodos de estágio, com 18 anos mais ou menos, se começa a ganhar experiência prática, ter contato com empresas diferentes, vivenciar realidades.

Aqui no Brasil parece que é ao contrário. Minha filha de 18 entrou numa faculdade que ela imagina que vai gostar. Apesar das palestras que algumas escolas promovem, da aptidao do aluno e dos processos vocacionais que, cada vez mais, misturam terapia com outras técnicas, ela e todos os seus amigos entram quase que no escuro em uma universidade e, por isso, muitos acabam mudando de curso com alguma frequência. E quando acaba a graduaçao, um número cada vez maior de alunos já emenda uma pós, uma extensao, um MBA. Tudo isso ajuda na hora de mandar o CV ou botar o perfil no Linkedin, mas faz a prática ficar cada vez mais distante.

Por isso, acredito que os papéis das empresas e das escolas por aqui estao, de alguma forma, se invertendo e, inesperadamente, se complementando. Muitas universidades estao saindo da pura teoria e investindo em prática enquanto empresas estao investindo em cursos, programas e treinamentos para educar seus funcionários. Uma soma saudável para minimizar alguns gaps. De qualquer forma, me ocorre que o modelo europeu parece mais interessante e inteligente… Vc concorda?

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