Assanhado com a vitória de Macri, jornal La Nacion pede liberdade para militares assassinos

Menos de 24 horas depois da vitória de Mauricio Macri nas eleiçoes da Argentina, já tem meio de comunicaçao exercendo pressao para que o novo presidente derrube conquistas obtidas na Era Kirchner. O jornal La Nacion publicou ontem um vergonhoso editorial em que pede a libertaçao dos militares condenados por crimes de lesa humanidade e o fim dos processos contra civis e militares acusados de participaçao em torturas e assassinatos durante a ditadura argentina dos anos setenta e oitenta.

Vale lembrar que o julgamento e a prisao destes genocidas só foi possível graças ao empenho do ex presidente Nestor Kirchner que anulou leis aprovadas durante o governo Menen. A chamada Lei de Obediência Devida e Ponto Final protegia os envolvidos com o terrorismo de estado, em nome de uma falsa pacificaçao do país que só serviu para deixar assassinos em liberdade.

Evocando a sórdida teoria dos 2 demônios, aquela que reivindica as açoes criminosas cometidas pelo estado durante a ditadura como atos de defesa, o editorial do jornal La Nacion faz um apelo ao novo presidente para que reveja a situaçao dos presos e dos processos em andamento. Felizmente a histórica conquista de Kirchner por justiça pelas vítimas das atrocidades cometidas na ditadura Argentina já está tao entranhada na sociedade argentina que será difícil que o pedido do La Nacion encontre eco e seja levado a sério pelo novo presidente.

Imediatamente após a publicaçao do editorial, os próprios jornalistas do matutino saíram organizados a repudiar o pedido dos patroes, veja imagem em destaque. Organizaçoes de direitos humanos, jornalistas, artistas, todos condenaram de forma veemente o vergonhoso texto do La Nacion. Se a ideia era sentir o clima pós-vitória da direita argentina, o La Nacion teve sua resposta: Nunca Mais.

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