Baby Boomer era a sua avó – será que ainda vale a divisao geracional?

Toda vez que leio sobre as geraçoes X, Y, Z fico pensando o que todas estas siglas têm a ver com a sociedade brasileira. É claro que, desde as Grandes Navegaçoes, o processo de globalizaçao só se intensifica, fazendo com que, de alguma forma, estejamos todos cada vez mais influenciando e sendo influenciados por hábitos, costumes e comportamentos dos países do chamado 1o Mundo. Mas, se formos olhar mais a fundo as siglas geracionais e a divisao das pessoas por características da sua idade, acabamos refletindo se, nos dias de hoje, isto ainda faz o mesmo sentido que já fez um dia.

Para começar, os Baby Boomers sao a geração do Pós Guerra, guerra esta que nao vivemos. O boom de nascimentos aconteceu mais nos USA, Canadá e Austrália. É verdade que os ideais hippies, o feminismo e a busca por liberdade se espalharam. A geraçao X, da internet e Pós Guerra fria sentiu aqui os efeitos do aumento dos divórcios, descrença política e questoes ecológicas. Já os festejados Y, filhos da revoluçao tecnológica, sao mesmo hiperconectados, imediatistas e bem informados. Os Z parecem uma mistura de X com Y e, como ainda sao recentes, nao sao muito estudados. Só nao tenho certeza se, com o aumento da individualidade e das muitas possibilidades de criação de comunidades, esta divisao geracional faz sentido.

Parece que, de um modo geral, a infância diminui de tamanho e o comportamento jovem se estende cada vez mais, numa busca por nao envelhecer, ser mais flexível, experimentar, estar aberto ao novo. O que se fala é que, nesta pós modernidade, o medo de uma guerra nuclear e o fim das utopias deixam a noçao de futuro muito frágil. Por outro lado, sem instituiçoes como família, escola e amigos tao presentes, o passado também parece pouco valorizado. Desta forma, vamos vivendo todos num único e poderoso tempo, chamado presente, em que é preciso ser feliz 24/7 e se manter em movimento. Quem parar é velho, como a sua avó. E isto incomoda muito, cada vez mais.

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