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A baixa diversidade de enfoques e perspectivas – 48% dos brs se informam por 2 telejornais
Por Carlos Castilho no Observatorio / Varias sobre a pesquisa da SECOM
O papel da televisao no fornecimento de notícias ao público brasileiro é ainda maior do que se imaginava, o que amplia extraordinariamente a importância da observaçao crítica dos telejornais e programas jornalísticos. O telejornalismo atraiu a atençao de 77,5% dos 18.312 entrevistados na pesquisa nacional de hábitos informativos, realizada pela Secretaria da Comunicaçao da Presidência da República (Secom) com apoio técnico do Ibope – ver Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de consumo de mídia pela populaçao brasileira.
Se projetarmos os percentuais para o conjunto da populaçao brasileira – estimada pelo IBGE em 202,76 milhoes de habitantes em 2014 – teríamos um total de 196,62 milhoes de brasileiros dependentes da televisao como a sua principal fonte de informaçao, e que nada menos que 157,92 milhoes deles assistiriam regularmente a telejornais e programas noticiosos na TV. A pesquisa, que ouviu pessoas em 848 municípios de todos os estados brasileiros mais o Distrito Federal, concluiu que 45% dos telespectadores de telejornais (total estimado em 71 milhoes de pessoas) sintonizam regularmente o Jornal Nacional, da TV Globo, e 16% (estimativa de 25,2 milhoes de pessoas) assistem diariamente ao Jornal da Record, da TV Record.
Somando-se os totais estimados para apenas 2 telejornais, teríamos uma audiência possível de quase 97 milhoes de brasileiros, ou seja 48% da populaçao nacional dependente de apenas 2 telejornais para formar a sua imagem de sua regiao, de seu país e do mundo. Trata-se de uma enorme concentraçao da oferta informativa cuja principal consequência é uma forte reduçao da diversidade de enfoques e perspectivas, algo que já é do domínio comum.
A questao que se coloca agora é a necessidade de submeter a produçao jornalística das emissoras de televisao ao mesmo juízo crítico que já é exercido por organizaçoes como o Observatório da Imprensa em relaçao aos jornais e revistas impressas. Nao se trata de patrulhamento no sentido vulgar do termo, mas de uma observaçao do conteúdo dos telejornais para identificar vieses, intencionais ou nao, no tratamento das informaçoes transmitidas aos telespectadores – siga lendo no Observatorio da Imprensa
Leia tambem, de hoje, Recado da Secom: a Internet é o destino | leitura do Marcelo Coutinho – e, do sabado, o texto do Luciano Martins Costa – A pesquisa da Secom que radiografa a midia | A 1a amostra efetivamente nacional
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