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Clientes que viram fãs – a palestra de Bruce Dickinson, do Iron Maiden, na #cpbr7
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Bruce Dickinson era um dos palestrantes mais aguardados dessa ediçao da Campus Party. E nao decepcionou. Em uma palestra divertida e inspiradora, o vocalista de uma das bandas de heavy metal de maior sucesso no mundo, o Iron Maiden, mostrou um pouco do seu lado empresário e criativo. Além de músico, Bruce é piloto e investidor anjo, e destaca-se como empreendedor na Real World Aviation, escola de formaçao de pilotos, e na Cardiff Aviation, empresa de manutençao de aeronaves.
Pra começar, Bruce falou da diferença entre fãs e clientes – fãs viram clientes quando você “avacalha com eles”. Se o Iron Maiden vendesse camisetas de péssima qualidade, por exemplo, os fãs da banda virariam clientes, porque clientes têm escolha, e eles podem simplesmente virar as costas e ir embora. “Eu odeio clientes”, afirmou. O grande objetivo das empresas deve ser transformar clientes em fãs. Eles sim trazem verdadeiro valor para as marcas – “desenvolver um negócio é desenvolver valor”. Seja lá qual for a área de atuaçao, é preciso descobrir o que torna a sua empresa diferente das outras, única. Lembre-se que você está vendendo um relacionamento com a pessoa que compra o seu produto, e relacionamento tem a ver com confiança.
Nesse contexto, Bruce traz o exemplo da Apple, que soube como ninguém cultivar um relacionamento com as pessoas, criando uma espécie de religiao. Quando você compra um produto da Apple, você “se une ao culto”, diz Dickinson, lembrando que foi um early-adopter orgulhoso da marca. E a Nokia, cujo tijolao até hoje é reconhecido por muitos como o melhor celular de todos os tempos? Bruce nao tem dúvidas de que um celular que tivesse uma bateria de 5 dias, efetuasse ligaçoes e enviasse SMS – e nada mais – faria muito sucesso hoje em dia. Mesmo assim, a Nokia nao quis trazer de volta ao mercado seu velho modelo. O fato é que “impérios vao e vêm muito rápido”, afirma, e as empresas precisam estar focadas no relacionamento. Essa, sem dúvida, foi a palavra-chave do keynote dessa tarde na Campus Party – relacionamento.
Bruce conseguiu fazer a plateia rir em vários momentos. Um deles foi quando falou da indústria da música, e da atitude de gravadoras e até de algumas bandas de colocarem nos fãs a culpa pela falência do sistema. “Nossos fãs sao nossos inimigos! Eles estao roubando as nossas músicas porque nos amam. Nós odiamos eles!” Nao parece mesmo uma coisa estúpida? Bruce concorda, e diz que as gravadoras falharam ao nao conseguir enxergar o que a era digital poderia ter feito por elas.
Chegando ao fim da palestra, o rock star empreendedor falou ainda sobre “a única coisa na qual os humanos sao realmente bons – contato visual”. Somos criaturas emocionais, sociais, visuais, quando estamos em comunidade é que fazemos sentido, é que surgem as ideias. A propósito da criatividade, disse que “imaginaçao é maior que conhecimento”, e que “a observaçao, a habilidade de ser curioso, é a chave para ter ideias criativas”. Depois dessa palestra, quem já era fã de Bruce Dickinson certamente virou mais fã ainda – e nao vai pensar em se tornar cliente ;-)
celso muniz
e depois ainda dizem que músicos (artistas) não sabem lidar com negócios,
James Patrick
Bruce é um empreendedor nato.
Quem absorver uma fração do que
ele falou, tá boneco.