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COB e o Juventus – Até onde uma marca deve ir e quando deve parar
Zeloso de sua marca, o Comitê Olímpico Brasileiro bate na mesa e diz que a marca ‘Olimpíadas’ nao pode mais ser usada para as boas e velhas competiçoes de matemática entre escolas. Isso porque a marca “Olimpíadas” seria de uso estrito da instituiçao. É óbvio que há um tremendo exagero (onde ficam os descendentes do rei Pélope de Olímpia, que começou a brincadeira em 776 a.C.?)
Mas há que se admirar o zelo pela marca. Os nossos maiores clubes de futebol caminham para cercar suas marcas de cuidados que, ao mesmo tempo que as preservam, fazem com que rendam dividendos. O primeiro, já há algumas décadas, foi o Flamengo. Mais recentemente, e com crescente profissionalismo, Santos e Corínthians têm tentado zelar pelo uso de seus símbolos, inclusive contratando empresas especializadas.
Com isso, o que vemos sao os clubes agregando espetáculo a suas marcas. A Vila Belmiro, estádio do Santos, compensa suas pequenas dimensoes com o tamanho da história do clube, e promove deliciosas visitas guiadas. O museu que o Sao Paulo montou no Morumbi é belíssimo. A marca Corinthians começa a ganhar corpo, enquanto seu estádio em Itaquera toma forma (deveria restaurar o Parque Sao Jorge, seu antigo estádio, hoje inativo, só para promover visitas a ele; seria investimento pequeno frente ao que poderia render).
Há clubes que ainda nao se deram conta de seu potencial de marca. O velho Juventus, da rua Javari, um ícone do futebol paulistano, encravado no tradicional bairro da Moóca, nao permite visitas a seu estádio, o Conde Rodolfo Crespi, a nao ser com autorizaçao da presidência (o que quer dizer “nao venha”). A explicaçao é a manutençao da privacidade nos treinos, o que é legítimo – mas mostra que quem dirige o “Moleque Travesso” ainda nao percebeu o potencial que a marca Juventus tem.
Entre os dois extremos – o da marca COB, que quer tudo e sequer dá moleza aos futuros cientistas do Brasil, e o da marca Juventus, que nao quer nada, nem mesmo receber visitantes – mora o desenvolvimento das marcas ligadas ao esporte no Brasil. O COB compra uma antipatia desnecessária ao ameaçar as escolas e universidades. O Juventus perde a chance de mostrar seu espetáculo. A diferença? Como marca, o Juventus ainda nao começou. O COB trabalha forte para acabar.
Gus
Muito bem observado Jaime! Recentemente quis homenagar um parente com uma camisa oficial do Juventus, por conta da letra “J”, estampada na camisa.
Na época não encontrei em nenhuma loja e resolvi entrar em contato diretamente para o clube via e-mail. Para minha surpresa, o clube possui uma pequena loja (não sei se ainda existe) e o e-mail foi respondido pelo proprio presidente.
Apesar da grande historia – e da bela camisa – o clube ainda parece ser “tocado” de forma quatrocentona, pelos antigos sócios e seus familiares.
Em sua, mais do que um clube, o Juventus ainda é uma pequena familia. E querer fazer parte dela não parece ser tão simples…
Enquanto isso o COB… melhor nem comentar.
Jayme Serva
Gus, imagine quantas outras pessoas gostariam de dar um presente semelhante, depois multiplique por 100 reais. Só isso (que nem é o que vale mais numa marca) já deveria fazer brilhar os olhos do presidente do Clube…
Vinicius
Olá, eu sou torcedor fanático do Juventus e profissional de marketing e bato nessa tecla há anos, mas nunca me foi dada oportunidade de conversar com a diretoria, até porque nem sócio do clube eu sou.
Porém, nessa segunda feira, depois de muita peleja, apresentarei uma proposta de branding e marketing aos diretores.
Espero que aceitem, pois irá colocar o Juventus no mercado, sem precisar se vender ao mercado.
Abraços.
Jayme Serva
Vinicius, pode ter certeza: você estará fazendo um trabalho valiosíssimo, não só pro “Moleque Travesso”, mas para a cidade de São Paulo.