Tweet |
Como a imprensa é miope… – Revista Epoca SP nao aceita o futuro das cidades
Uma resposta a revista Epoca SP acaba de ser publicada no Nassif por Natália Garcia e Juliana Russo. Leia inteira mas atente especialmente para alguns detalhes que contestam a equivocada “torcida” da capa da revista – foto.
Na década de 70, por exemplo, uma série de ciclovias foi construída na cidade de Copenhague, ocupando espaço dos carros. O trânsito dinamarquês, que já era intenso, ficou pior durante alguns anos, até que as opçoes de mobilidade começaram a ser questionadas pelos usuários e mais gente optou pelas bicicletas – “Demorou cerca de 10 anos para que essa democratizaçao das vias se convertesse em menos trânsito e mais gente se locomovendo com qualidade”, diz o urbanista Jeff Risom, do Gehl Architects.
Em meados dos anos 2000, o prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa foi massacrado pela opiniao pública e imprensa locais porque tirou faixas dos carros para criar corredores de ônibus no sistema de BRT. Anos depois foi convidado a integrar o time de consultores do ITDP e é ovacionado pela democratizaçao da mobilidade que promoveu na capital colombiana.
Em 2010, a cidade de Sao Francisco, nos EUA, inaugurou seu primeiro parklet, uma estrutura de madeira que transforma uma vaga pública de estacionamento de carros em um espaço público para pessoas. A imprensa local e os moradores do bairro do parklet foram contra a medida, que lhes “roubava” uma vaga de estacionamento. Hoje o modelo conquistou a cidade e o único congestionamento gerado foi entre os concorrentes para os editais de construçao de novos parklets.
“A frota de ônibus paulistana passou a receber um tratamento VIP em dezenas de avenidas. Ocupa com exclusividade o espaço antes dividido com motos, carros e taxis” – reclama a Epoca, porta voz de quem sabe quem :(
Na Resposta – Tratamento VIP? Em 2010, o engenheiro de trânsito Horácio Figueira, com base na pesquisa Origem e Destino, estimou que os carros, que levavam 20% das pessoas, ocupavam 80% do espaço das vias. Trata-se, portanto, do fim do tratamento VIP que a minoria das pessoas tinha em Sao Paulo: ocupando a maioria dos espaços das ruas.
Marco
o prefeito é míope, a revista é míope quem escreveu a matéria no BB é míope, quem esta nas ruas de sp sempre sabe que o transporte publico esta esquecido na cidade, oq importa mesmo é quanto os políticos ganham pra melhorar o transporte publico na cidade e isso vem desde sempre nesse país.
O q adianta fazer faixa de ônibus, se não tem ônibus decente e em quantidade necessária para levar as pessoas aos seus destinos diários, é chique andar de transporte publico fora do Brasil, pq eles funcionam e resolvem os problemas de mobilidade. aqui não adiante o governo abaixa o ipi dos carros e libera uma avalanche de credito para a industria automobilista continuar a vender carros.
Giovanni Esposito
Excelente resposta!! É verdade! O governo municipal tentando melhorar o transporte público, restringe as faixas para carros e o governo federal, com a explicação de que a cadeia produtiva que inclui a fabricação de carros é imprescindível para o emprego, consumo e etc, incentiva a venda de mais automóveis!!!!!!
felipe
Obviamente, vc so anda de carro.
Francisco
A matéria é um reforço ao Estadão que, em editorial, reclamava do pouco caso aos pobres proprietários de carro, que estavam sofrendo ainda mais no trânsito. Fazer a classe média paulistana, consumidora do jornal e da revista citados, deixar seus queridos carros na garagem será um desafio e tanto.
César Santos
Concordo 120% com as faixas de ônibus. Eu ainda fecharia mais uma pista da esquerda pra dividí-la em 2 e deixá-la metade pra bikes e metade pra motos. Mas a questão é: não deveria ter MAIS ônibus? Essa imagem da capa da Época poderia ser tirada a qualquer hora do dia na 23 de Maio… milhares de carros e NENHUM ônibus passando.
Enquanto o governo incentivar a compra de carros e TIRAR linhas de ônibus (sim, o plano é ter ainda menos), só nos resta o caos. Não é só pintar faixinhas no chão e distribuir multas.
Giovanni Esposito
César, também não vamos exagerar! É fato que a cidade de São Paulo não está preparada para mais uma faixa destinada a bicicletas!!! A malha viária da cidade já é caótica você não acha? Também é fato que a maioria dos condutores (carros, caminhões, ônibus e bicicletas)não respeita as faixas de rolamento!!!!! É preciso mais educação e consciencia da cidadania!
Silvia
Enquanto houver essa esquizofrenia de um governo que incentiva a venda de carros e quer que as as pessoas andem em ônibus que mais parecem transportadores de gado, nao há chance de melhorar o trânsito. Sou totalmente favorável a andar de ônibus e metrô, mas onde moro nao tem metrô a uma distância razoável e os ônibus demoram de 1 a 1.30 hs para chegarem à Av. Paulista, fora o tempo em que se fica no ponto esperando um deles passar. É justo que a prioridade sejam os ônibus, que levam mais gente do que os carros. Mas nao é justo demonizar quem tem carro, como se a culpa de tudo que está errado fosse deles.
Sergio Almeida
Perfeito o seu comentário!!
César Santos
Concordo, Giovanni. Infelizmente, ciclista ainda tem que dividir as vias com os carros e ônibus mesmo.
O ponto da minha crítica é que, já que vamos mexer nesse vespeiro e colocar finalmente mais faixas exclusivas pra ônibus, então que se repense o sistema inteiro. O problema é sistêmico, assim como a solução. Fechou vias e espremeu os carros? Então coloque mais ônibus. E de qualidade!
Eu li a matéria da Época (assim como leio da Istoé, Carta Capital e Estadão sobre o tema) e acho que esse é o ponto da revista: ninguém vai deixar o carro em casa por uma solução precária. A própria Época SP publicou em setembro que o paulistano trocaria o carro por um transporte DE QUALIDADE. (http://epoca.globo.com/regional/sp/vida-urbana/noticia/2013/09/paulistanos-btrocariam-carro-por-transporte-publico-de-qualidadeb.html).