Comunicado da Globo sobre a morte de Jose Wilker, integra aqui

O ator José Wilker de Almeida morreu na madrugada deste sábado, dia 5 de abril, no Rio de Janeiro, aos 66 anos, vítima de infarto. Nascido em 20 de agosto, em Juazeiro do Norte, no Ceará, ainda criança se mudou para o Recife. Sua primeira experiência profissional foi, aos 13 anos, como figurante no teleteatro da TV Rádio Clube local. A vida como ator profissional começou no Movimento Popular de Cultura (MPC) do Partido Comunista. Estudou teatro, dirigiu vários espetáculos pelo sertao e realizou documentários sobre cultura popular. Em 1964, o trabalho foi interrompido pelos militares. De todo o acervo, que foi queimado, só sobrou o filme do cineasta Eduardo Coutinho, Cabra Marcado Para Morrer.

Em 1967, foi morar no Rio de Janeiro para estudar Sociologia. Mas largou o curso e decidiu se dedicar ao teatro, onde ganhou vários prêmios, como o Molière de Melhor Ator, em 1970. Foi quando o escritor Dias Gomes o convidou para o elenco da novela Bandeira 2 (1971), seu primeiro papel na TV.

Participou de quase 30 novelas na Globo. O primeiro protagonista veio em 1975, na primeira versao de Gabriela, como Mundinho Falcao. No remake, em 2012, foi convidado para integrar o elenco como o Coronel Jesuíno Mendonça, e ficou marcado pelo bordao “vou lhe usar”, que se tornou febre nas redes sociais.

Wilker tem no currículo uma série de personagens carismáticos, até hoje lembrados pelo público – e que entraram para a história da dramaturgia brasileira, como o jovem Rodrigo da primeira versao de Anjo Mau (1976). Em 1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama homônima de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, ao lado de Lima Duarte, como Sinhozinho Malta, e Regina Duarte, a Viúva Porcina. A novela marcou época na TV brasileira.

O divertido Giovanni Improtta, de Senhora do Destino (2004), lançou diversos bordoes como “felomenal” e chegou ao cinema em filme que marcou sua estreia como diretor cinematográfico. Destaque também para o seu trabalho nas minisséries Anos Rebeldes (1992), Agosto (1993) e JK (2006), quando deu vida ao presidente Juscelino Kubitscheck. Na TV, dirigiu ainda programas e humorísticos, como o Sai de Baixo. Seu último trabalho foi como o médico Herbert, na novela Amor à Vida (2013).

Apesar da televisao ter conquistado o ator, José Wilker era um apaixonado declarado pelo cinema. Participou de filmes importantes como Xica da Silva (1976), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Bye Bye, Brasil (1979), O Homem da Capa Preta (1985) e Guerra de Canudos (1997). Artista múltiplo, também escrevia para revistas e jornais, foi diretor-presidente da Riofilme, apresentou programas na TV sobre cinema e comentou a cerimônia do Oscar durante vários anos.

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