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Conectividade | Aqui uma rapida reflexao sobre a geraçao Always On
Nao deve ser novidade para geeks e nerds de plantao, que no proximo dia 21 a Microsoft lançará em 1 evento transmitido online a nova plataforma de games da empresa, apelidada de Xbox 720, em alusao ao seu antecessor – o Xbos 360. Como toda chegada de uma nova geraçao de consoles, o lançamento vem gerando inúmeras especulaçoes tanto por parte da mídia como entre os aficionados.
Dentre os principais rumores, e o que tem gerado mais polêmica, está a possível necessidade de uma conexao de internet intermitente, ou seja, para usufruir de todas ou principais funçoes do videogame, será obrigatório estar conectado à web. Tal rumor gerou uma certa revolta por parte dos gamers, e os comentários nas redes sociais nao foram poucos. O assunto rendeu tanto que gerou até a demissão do Creative Director da Microsoft que resolveu se intrometer na discussao por meio do Twitter, dizendo nao entender ~qual o drama~ a respeito do Always on.
Analisando toda essa polêmica, me lembro dos primeiros computadores com que tive contato na minha infância. Um dos primeiro foi o CP300, cujos programas eram gravados em fitas k7 e toda vez que precisasse rodá-los era preciso carregar novamente o programa via fita. Na sequência vieram o MSX, 286, 386 e tudo o que eu via o meu pai fazer neles era editar textos e imprimir documentos em impressoras matriciais, ou no máximo, jogar ‘paciência’ e ‘campo minado’ para se divertir um pouco.
Os anos foram passando e com todo o avanço tecnológico surgiu a internet, e nessa época, com meu Pentium 100, duas coisas marcaram minha memória: a primeira foi a altíssima conta telefônica que vinha no final do mês e a outra foi como eu passei a esperar ansiosamente pela meia noite, pois só assim eu poderia acessar à internet e pagar apenas um pulso sem surpresas. De lá para cá, muitas coisas mudaram. Hoje basta ligar qualquer aparelho dentro de casa e pronto, já estou conectado, minha TV, meu tablet, videogame, celular, tudo está conectado 24 horas por dia, 7 dias por semana (pelo menos deveria ser assim se tudo funcionasse conforme planejado).
Todas essas mudanças ocorreram muito rápido. Para se ter uma ideia, só o Brasil já conta com mais de 88 milhoes de usuários de internet e cerca de 262 milhoes de linhas de celular ativas. Tudo isso é sinônimo de conectividade e mostra como essas tecnologias influenciaram as nossas vidas. Se antes nunca imaginamos um mundo com ela, hoje nao conseguimos imaginar como é ficar sem.
Tornamo-nos muito exigentes e tamanha conectividade tem seus prós e contras. Para entender melhor essa necessidade, me lembrei dos dias em que acabava a energia elétrica na minha casa. Se fosse à noite, era um tédio, subir as escadas no escuro, ficar à luz de velas, nao ver tv, nem jogar videogame, nem nada. Fiquei pensando na dependência que criamos em relaçao à conectividade, dependência essa, ainda mais evidenciada com a invasao dos smartphones. Aliás, já reparou como seu dia é estranho quando você esquece seu celular em casa?
Fechando o raciocínio, vamos relembrar a polêmica inicial do ‘Always on’: será que realmente seria um problema ter um aparelho que necessite de conexao o tempo todo? Será que já nao vivemos em mundo conectado de fato? Bom, sao apenas especulaçoes, mas sinceramente, acho que já somos uma geraçao ‘always on’ e apenas ainda nao nos demos conta ;)
Luiz Pryzant
Num mundo ideal o Always on seria ok, só que não dá para depender dos serviços das operadoras de banda larga.