O consumidor está mudando de canal – e a velha midia se organiza p/ ir atrás

Imagem ilustrativa

O Nelson de Sá, ontem na Folha anota que “duas semanas atrás, o site All Things D informou que o presidente do Google, Larry Page, e o chefe de conteúdo do YouTube, Robert Kyncl, se reuniram com uma delegaçao da NFL liderada pelo comissário Roger Goodell”. E que “o pacote Sunday Ticket foi um dos tópicos”.

“Em outras palavras”, traduz Nelson, “o Google deu o primeiro passo para comprar os direitos de transmissao da maior atraçao de TV nos EUA, o futebol americano”. No caso, trata-se do pacote de acesso a todos os jogos, no momento nas maos da DirecTV, que paga USD 1 bi por ano pelos direitos. Qualquer semelhança nao será mera coincidência, certo? ;)

No mesmo momento, a proximidade e as parcerias da TV paga com a transmissao online começam a expor uma realidade sem volta que oferece visiveis e injustas vantagens para onlines bem sucedidos e endinheirados, como o gigante Gogle que, por ser internet e global, tem menos limitaçoes legais para montar seu proprio monopolio planetário :(

A proposito, ontem, 3a feira, saiu o relatório SNL Kagan informando que a TV paga nos EUA perdeu 217 mil assinantes no 2o trimestre, em relaçao ao mesmo período no ano passado. No dizer do Los Angeles Times, citado por Nelson de Sá, esta é “a realidade do cord-cutting”, do corte do cabo, trocado pelo acesso online no maior mercado de midia do mundo, que indica tendências.

Resumindo, a areia do tempo está escorrendo cada vez mais rapido e o conteudo está mudando de endereço – para varios endereços, da TV para a TV paga que recorre a internet e, via internet, que tambem hoje abriga o futuro dos jornais impressos, para varios possiveis formatos – inclua o mobile como 1 deles.

A gente ainda nao pode dizer isso mas pode preparar o epitafio – a TV aberta (aqui vista como midia velha) já trocou de canal e vao sobreviver seus conteudos que forem melhor exportados para outras formas de midia. E, para isso, parece que sao necessarios esses acertos nas historias, como o Globo fez na 6a feira, e, mesmo antes, o diretor geral Shroder já tinha examinado – “Vivemos numa época em que tudo muda com uma velocidade cada vez maior. E toda organizaçao que pretende sobreviver e progredir num ambiente assim precisa fazer uma profunda avaliaçao do modo como está operando e ter a coragem e a grandeza de se renovar” – disse em evento na noite da 4a feira.

Schroder buscou a palavra “sobreviver” para indicar o caminho – “Os desafios se alteram com o tempo e é preciso nos adaptar ao que apontam, para podermos continuar sendo competitivos”. Nao é a toa que “Sobreviver” é tambem o titulo da coluna do Nelson de Sá que inspirou esse comentário ;)

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