Culpa e Consumo – uma relaçao intensa – texto da Tania Savaget, leia

Nao é de hoje que a proximidade entre culpa e consumo é percebida por algumas marcas. Um dos exemplos mais curiosos assisti no polêmico documentário da BBC, O Século do Ego. O filme mostra algumas técnicas de venda desenvolvidas por Edward Bernays, sobrinho de Freud, que se inspirou nos estudos do tio famoso para pensar na manipulaçao das massas, apelando para sua irracionalidade e, assim, incentivando o consumo. Ele ajudou uma marca de misturas para bolo vender mais amenizando a culpa das donas de casa. Bastou colocar na caixa que era preciso adicionar um ovo à receita para as mulheres irem além da praticidade e “artificialidade” e acharem que estavam “de fato” fazendo um bolo e cuidando da sua família. Sem culpa.

Mais recentemente, muitos consumidores se sentem culpados entre o “prazer de comprar” e os impactos para a sua própria saúde, o meio ambiente e a sociedade em geral. Marcas que entendem o que gera mais culpa em seus públicos conseguem desenvolver opçoes mais saudáveis e ampliar seus produtos, além de fortalecer a relaçao com seus fãs. Neste caminho, além do Mc Donald’s – que já modificou seu cardápio e agora firmou uma parceria com a Alliance for Healthier Generation – o seu concorrente Burger King diminui a gordura e as calorias das suas batatas fritas para diminuir a culpa de quem nao abre mao de um fast food.

Na linha de cuidados com a sociedade e o meio ambiente as inicitivas das marcas sao ainda maiores. As marcas que nasceram com esta vocaçao, como a Patagônia, de roupas, estao investindo em conteúdos e pesquisas, como a Responsible Economy, que traz informaçoes importantes para quem nao quer abrir mao de consumir mas faz isto com consciência e responsabilidade. As estabelecidas estao transformando seus investimentos em economia de energia, tratamento de resíduos e busca por materiais menos poluentes. Vale acompanhar esta ligaçao entre culpa e consumo e usá-la para boas causas, de forma bem diferente da massa para bolo :)

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