O que dizem as ruas e o que as empresas tem a ver com isso? | Marcelo Coutinho

Este era o tema previsto para o debate de hoje na 5a conferência do Instituto Ethos, em Sao Paulo ver aqui. Ao lado de Renato Janine Ribeiro (USP), Augusto Rodrigues (CPFL) e Marcelo Tas, vou focar no paralelo entre a desorientaçao demonstrada pelo sistema político durante as manifestaçoes e a perplexidade da comunicaçao empresarial diante da articulaçao entre grupos de interesse, grupos de consumo, redes sociais e redes de computadores. Nas manifestaçoes, esta convergência facilitou a criaçao de um canal paralelo à rede política tradicional (como esquecer a foto acima?). Um dos fatos mais interessantes foi que os líderes políticos ou de aparelhos de estado (Polícia) nao conseguiam articular um diálogo contínuo – estavam procurando “lideranças” que nao sao identificáveis pelos mecanismos tradicionais de representatividade.

Nas corporaçoes vivemos o mesmo cenário: a rede de comunicaçao tradicional (marketing, publicidade, atendimento ao consumidor, etc) nao consegue acompanhar a velocidade e a amplitude com que se formam “cascatas de opiniao” que aparecem e desaparecem com grande rapidez, com poucas lideranças individualmente identificáveis. E que exigem muito mais que o “básico” de entregar o que se promete: se no caso da política a “democracia representativa” já é considerada como “dada”, a “qualidade do produto ou serviço” também o é. Cada vez mais, veremos temas como sustentabilidade, privacidade e eficiência entrando na pauta das manifestaçoes dos consumidores.

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