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DPZ comenta crítica no Blue Bus ao novo comercial que fez para o Itaú
Recebi da DPZ – “A respeito da nota publicada ontem (10/10) no Blue Bus sobre a nova campanha de Itaú Primeira Previdência, de fato o filme que está sendo veiculado na internet foi elaborado a partir do vídeo ‘A second a day from birth’, produzido por Sam Cornwell, grande sucesso no YouTube, como foi informado no release divulgado. A DPZ negociou com Cornwell os direitos autorais para o uso das imagens para elaboraçao deste material e nao vê nisso nenhum problema ético já que informou esse dado até no release de divulgaçao da campanha. A DPZ também reforça que nao vê nenhum demérito criativo na campanha em questao. A peça traz um insight original para o produto a partir da associaçao com um material já produzido. Este é um recurso legítimo, amplamente utilizado no Brasil e no mundo por anunciantes de todos os portes”.
Respondo – Em momento nenhum o que escrevi toca no ponto ‘ética’ relativamente ao aproveitamento do original web. Tambem admito que tal tipo de aproveitamento se dê globalmente nos dias de hoje. Minha duvida é sobre o aspecto criativo – “Cadê a ideia? Fui eu que perdi a noçao ou teriam sido eles? Ou a propaganda é que mudou – criar é citar?” – foi o que perguntei – e continuo sem saber como deveria lidar com isso. Ficou combinado que ‘citar’ é o novo ‘criar’? ;) Sinceramente estou aqui para aprender, sei que nada é estático. Abs
Léo
Julio, e sobre esse aqui: http://www.youtube.com/watch?v=huGZFAxZwIs.
É trampo do Serpa. Acha que também foi falta de criatividade?
Abraços!
Julio Hungria
Cara, esse filme usa o recurso de exibir 1 imagem de internet claramente como citaçao e depois muda de cena e vai vender os atributos do carro. Como se desse 1 link e fosse em frente. No caso do Itau a coisa fica so na citaçao – e nao usa como ‘referência’ pra o que vai exibir. Nao exibe nada, nao acrescenta, nao tem nada depois, que justificassse a referência – que se desdobra até o final do comercial. E entao vira uso do insight? Assim é a forma como eu vejo, posso estar enganado. e errado – e vc o que acha? ;)
Alvimar Falcão
Foi igual aquele do bebê que rasga o papel e dá gargalhadas. Para mim é usurpação, com autorização ou não.
andré carvalho
No design essa noção de reapropriação é bem mais comum, e muitas vezes não menos picareta. Porém com a diferença que muitas vezes a nova versão agrega algo ao original, como a capa do disco do Caetano feita pelo Rogério Duarte que é descaradamente relacionada ao álbum Let it be dos Beatles. É uma das características mais comuns do pós-modernismo, a reutilização, chegando na publicidade.
Julio Hungria
Na arte tudo bem, mas publicidade nao era ciência? :))
newton pacheco
sinceramente, julio, acho que hj existe uma certa confusão em aproveitamento de um fenômero cultura, como um filme, um livro ou um vídeo da internet, com o que é um plágio. a não ser que o vídeo tenha sido utilizado do jeito que está para alguma mensagem publicitária, o que dpz fez não é um plágio: o vídeo não foi simplesmente reproduzido. existe uma elaboração em cima do vídeo. existe um pensamento criativo expresso nos letreiros. um recurso na publicidade tão antigo quanto a própria cultura popular. a publicidade pode e deve se apropriar da cultura popular.. quando se consegue fazer isto com inteligência, tirando partido do sentido original ou invertendo propositamente o seu significado, e conseguindo passar uma mensagem associado a um produto ou serviço de forma clara e pertinente, bingo! parabéns pra quem tem teve a sacada. reduzir ao que foi feito pela dpz e que várias vezes, em vários momento da publicidade, como um simples plágio, me desculpe, mas é desconhecer a história da atividade e as possibilidades de recurso que um criativo tem ao olhar o mundo a sua volta, seja ao vivo, seja lendo um livro, assistindo um filme ou um vídeo postado na internet. mais uma vez, a não ser que o vídeo já tenha sido utilizado anteriormente numa comunicação publicitário (o que se confuguraria aí sim num autêntico plágio), parabéns a equipe criação e aos profissionais da dpz que tiveram a sensibilidade de associar a idéia central do vídeo aos befenefícios do produto/serviço do seu cliente. a parabéns também ao responsável pela comunicação da marca que aprovou a idéia:)
Julio Hungria
Nao disse ‘plagio’. Newton, disse que, como criatividade, foi mero uso repetitivo de uma ideia. Eficiente? Talvez. Cientifico? Sim. Mas só associa, nao conta uma historia usando a referencia como citaçao. Acho que o problema eh comigo – preferia a publicidade-arte do Bill Bernbach, o Sorrell me parece muito sem sexo ;) Obrigado por contestar, ta parecendo q podemos ter aqui 1 bom debate sobre publicidade, viu outros comments feitos por leitores nesta nota? Abs
PS – Agora eh que revi meu titulo para o 1º post que diz – DPZ faz uma copia no YouTube e… ó, aqui está 1 novo filme para o Itau :) “Faz uma copia” = “baixa 1 video”; nao eh copia no sentido de copiar, plagiar, ok?
newton pacheco
e desculpe pelo excesso de erros de digitação e de supressão de palavras, acentos, crases e outros, me empolguei no gatilho:)
Bruna
Na publicidade existe uma estratégia, amplamente utilizada, e talvez seja uma das mais populares entre as agências que é a “Reciclagem de Lugar Comum” – como o nome diz, uma ideia já formada é readaptada com o intuito de criar uma associação imediata por parte do receptor. O que você chama de “falta de criatividade” é só uma estratégia aplicada.
Julio Hungria
Entao propaganda nao é mais arte mesmo – e o Martin Sorrell tem razao? – ‘Agora é ciência’…
Julio Hungria
Em tempo, obrigado Bruna, pela participaçao. Ajudou muito. Seria bom se a gente aproveitasse a lembrança do Marcelo Coutinho hoje no Maximidia pra fazer 1 debate a partir daqui. Veja a nota sobre a palestra do Coutinho com video em http://www.bluebus.com.br/compra-venda-atencao-marcelo-coutinho-maximidia/
newton pacheco
oi julio. obrigado pela resposta. sinto decepcionar vc, mas martin sorrel tem razão: a publicidade, por princípio não é e nunca foi arte pura; sua função não é ser vanguarda da sociedade, como cabe a uma manifestação artística, por princípio. ela é por definição uma ferramenta do marketing que se utiliza de recursos artístico para promover o pensamento de um anunciante e não do seu autor. e que, enventualmente, pode vir a se considerada Arte, como aconteceu com muitos materiais já produzidos até hj, como os cartazes publicitários do Lautrec. talvez no passado, nos primórdios da atividade, quando o mkt ainda era rudimentar e os artistas plásticos completavam a sua renda fazendo um trabalho de metier para promover as marcas, ela fosse mais assemelhada `a uma manifestação artística, onde o autor não tinha um briefing mais estruturado,e, portanto, maior liberdade de expressar o seu próprio sentimento. mas, por função primeira, ela não está a serviço da própria Arte, nem a serviço da expressão livre do criativo que a produz, mas sim de uma função meramente comercial de passar uma mensagem do patrocininador e não do direitor de arte, do ilustrador, do fotógrafo, do redator ou diretor que a executa. é claro que existem brifiengs que exploram justamente uma expressão primeiramente artística (as campanhas da benetton realizadas pelo olivero toscano segue este preceito) mas elas são exceção e não a regra do jogo. talvez por vc ser jornalista de formação e não um publicitário, não carregue consigo estes conceitos que são primários e que estão, ao que parece, mal divulgados aos iniciantes da prática nos últimos anos de grande fusão intelectual e profissional, principalmente no brasil, sobre o que é publicidade de fato e qual a sua função enquanto atividade comercial que é. mais uma vez, obrigado pela atenção e pelo espaço que vc proporcina a todos nós publicitários de discutir conceitos sobre a atividade e as práticas que ela envolve. sinceramente, eu acho que o nosso mercado está precisando muito disso. tem feito muita falta o aprendizado correto dessa nossa profissão: )
Pedro Pletitsch
Parabéns ao Newton Pacheco, pelo preciso e lúcido comentário.
Ruy Nogueira
Será que se o saudoso criativo e Pai da Marca ITAU, Francesc Petit , estivesse vivo, aprovaria este comercial criado na ‘carona’ de um vídeo amador, de um Pai, postado no YOUTUBE ???? Duvido … Os tempos hoje, são outros…YOUTUBE agora parece estar sendo apêndice e fonte criativa como os catálogos de stock-shot, stockphotos e banco de imagens… Pobreza criativa da geração geek , sem conteúdo ou experiência…
Pedro Braga
Bom, só para complementar a lista.
http://www.youtube.com/watch?v=yYD1shrj78g
http://www.youtube.com/watch?v=RP4abiHdQpc
Marcelo Bauducco
Também não gosto desse tipo de recurso. É o clássico “migué”. Sim, eles tem autorização e não fizeram nada de errado, mas acho uma alternativa pobre, uma solução fácil demais. Abraço.