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Entre 1 curto prazo e outro curto prazo existe 1 longo caminho | Tania Savaget
Já fui, durante muito tempo, redatora publicitária. Naquela época – há uns 10 anos – já me preocupava em pensar sobre o tom de voz da marca para a qual estava escrevendo. Sempre achei que, se todas as marcas de uma categoria, que já eram obrigadas a falar sobre os mesmos temas, nao buscassem um jeito de falar, um léxico próprio, uma personalidade, acabariam ficando exatamente iguais. Mas, claro, nem sempre era possível exercitar isto nos prazos que tinha para fazer anúncios, spots, filmes etc. Depois, migrei para o planejamento, com o desejo de me envolver mais com cada cliente, assunto, desafio, problema. Pensar em montar briefings de pesquisa, participar de focus groups e analisar informaçoes para construir insights era um sonho.
As áreas de planejamento, infelizmente, também estao sujeitas a prazos apertados, tendo que mergulhar em inúmeros insumos mas atender ao curto prazo. Pior do que isto, sao pouco compreendidas por alguns clientes que acham que somos pesquiseiros e pouco ligados à prática. Quando fui estudar Branding e entender mais sobre o assunto, achei que, enfim, estava na área certa, com o tempo adequado para entender, nao só o lado de fora, do mercado, mas o lado de dentro, do negócio, do modelo de gestao, das propostas de valor, da cultura das empresas. Ainda acho. E acho que, cada vez mais, branding deixa de ser uma atividade meio para entregas de design e identidade corporativa e passa a se aproximar de temas que os CEOs precisam considerar, como valor, stakeholder, relaçoes, longo prazo.
Aí, voltam as incompreensoes… Qual é o ROI? Acabou o projeto de Branding, e agora, o que eu faço com isso? Como eu descubro se “deu certo”, se atingimos a meta? Como eu decido nao fazer alguma coisa que vai dar um ótimo retorno no curto prazo em nome de uma reputaçao de longo prazo que, com a dinâmica das mudanças, pode nunca acontecer? Por isto, sempre digo aos nossos clientes que quando entregamos o book da marca é que o trabalho começa de verdade. E, quando o processo é bacana e engaja todo mundo, sao pessoas transformadas pelas reflexoes trazidas pelo projeto que entendem que é preciso escolher o longo caminho, o que nao tem atalhos, para se construir uma marca.
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