Entre o time e o estádio, entre a marca na camisa e a formaçao dos atletas

Os grandes eventos esportivos estao aí. Já, já chega 2014 e a nossa Copa do Mundo e, logo depois, as Olimpíadas. Falar sobre atraso de obras, aumento de verbas, decisoes questionáveis como o Museu do Índio no Rio de Janeiro é chover no molhado. Acho que temos informaçoes e críticas suficientes saindo em todos os meios de comunicaçao para fazermos nossas próprias análises. Nao dá para ser 100% otimista, mas acho que também nao podemos embarcar

no pessimismo do “Imagina na Copa” que ainda traz muito do nosso complexo de vira-latas retratado tao bem por Nelson Rodrigues depois da derrota de 1950 –  “por ‘complexo de vira-lata’ entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente”.

Muita coisa mudou de lá para cá e estamos vivendo um momento de maior amor e orgulho pelo Brasil que, de fato, está sendo olhado pelo mundo inteiro. E o que tenho observado com clientes e desafios ligados ao mundo esportivo é ainda o foco muito direcionado à visibilidade e ao curto prazo. Em outros países sede, os estádios construídos viraram elefantes brancos, sem utilizaçao e sem verba para conservaçao. Qual será o legado que as obras vao deixar para cada cidade brasileira? E, se teremos estádios, teremos times para atuar neles, com craques, bons jogos e poder de atratividade para patrocinadores e torcedores?

Fico pensando se as marcas dos patrocinadores nas camisas nao sao somente uma construçao efêmera, que traz efeitos no curto prazo, mas nao aproveita oportunidades de relacionamentos mais longos, parcerias efetivas entre marcas, atletas e seus públicos. Temos camisas, mas temos atletas para vesti-las no médio prazo? Pensar em escolinhas, centros de treinamento com apoio para os atletas, imagino, é pensar em tudo o que o esporte pode trazer para todos os que se envolvem com ele – valores, dedicaçao, aprendizado, desenvolvimento. Torço para que o legado dos eventos possa ser mais amplo e para mais gente.

 

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