Errar é humano, mas nao é corporativo :) Texto da Tania Savaget

É só olhar para um pequeno humano aprendendo a sentar, andar, pular, falar que temos uma experiência de “tentativa e erro” constante, sem julgamentos de valor e a pressao por acertar sempre. Bebês levantam, caem, acertam o passo, se desequilibram, levantam de novo. Crianças falam o que conseguem ouvir com o repertório e recursos que têm e, enquanto vao ampliando seus repertórios, vao ajustando palavras: de au au a cachorro, da sílaba ma até mamae com várias entonaçoes. Experimentam, arriscam, testam, exploram. Erram para acertar.

No mundo corporativo, com metas de curto prazo, pressao absoluta por resultados e pouco tempo e espaço para experimentaçoes, o erro é tratado de forma bem diferente e, quase sempre, mesmo que rapidamente corrigido, é escondido para nao causar estragos para o produto, a empresa, a marca, os envolvidos no processo. Apesar do crescente incentivo à prototipagem, ao aprendizado com a experiência, à necessidade de arriscar para inovar divulgados pelos design thinkers e inovadores/empreendedores, ainda é difícil mostrar que o erro pode ajudar a economizar custos, acelerar resultados e incentivar a cultura de inovaçao.

Conversando com uma professora de Gestao do Conhecimento, ouvi que nos EUA e na Europa, algumas empresas têm já um banco de erros arquivado com apresentaçoes e pequenos vídeos contando sobre seus processos e aprendizados. Quem contava o erro se transformava em um profissional inovador, valorizado como alguém que arriscou, soube a hora de parar e corrigir a rota. Aqui no Brasil ainda nao temos muitos exemplos de empresas assim. E aí, com um alto turn over e informaçoes nao disponíveis sobre erros cometidos, executivos seguem errando na mesma direçao, investindo tempo e dinheiro em iniciativas que já deviam ser abandonadas e perdendo preciosas oportunidades de aprender e inovar.

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