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Estudo da McCann mostra q geraçao Z continua buscando ‘verdades fundamentais’
O acesso quase irrestrito à tecnologia transformou nao apenas o comportamento dos jovens, mas sua maneira de encarar o que é ser adulto. Eles nao querem que “virar adulto” seja algo permanente, irrevogável. Preferem que o acesso à vida adulta seja do seu jeito, segundo a sua conveniência. Tornar-se adulto – “to adult”– passa a ser um verbo, nao um substantivo ou adjetivo. Se antes falava-se em “nativos digitais”, hoje fala-se em “nativos do always on”. Os jovens estao sempre conectados, 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana), nao importa o lugar. Esses sao alguns dos achados do estudo “A verdade sobre os Jovens”, realizado globalmente pela Truth Central, divisao de inteligência e estudos proprietários da rede McCann, que buscou mapear o comportamento da chamada Geraçao Z (nascidos entre a década de 1990 e o ano de 2010), comparando-os aos Millennials (nascidos entre a década de 1980 e o ano 2000).
A pesquisa ouviu mais de 33 mil pessoas, 11 mil delas entre 16 e 30 anos, segmentadas em 2 grupos etários para efeito comparativo: 16 a 20 anos (Geraçao Z) e 21 a 30 anos (Millennials), no Brasil, EUA, Reino Unido, China, Índia, Chile, México, Japao, Espanha, Hong Kong, França, Alemanha, Itália, Turquia, África do Sul, Filipinas, Canadá e Rússia. Os demais 22 mil respondentes possuem idades entre 31 e 70 anos, e suas faixas etárias corresponderam ao perfil demográfico dos respectivos países. No Brasil, foram 1.811 mil entrevistados, dos quais 669 entre 16 e 30 anos, de todas as classes sociais.
Entre as mudanças comportamentais fortemente impulsionadas pela tecnologia está o fato de os jovens brasileiros de 16 a 20 anos estarem muito mais ativamente conectados quando comparados a outras faixas etárias. Eles enviam, em média, 206 mensagens por dia (versus 73 mensagens enviadas pelos usuários de internet entre 21 e 30 anos, 20 mensagens enviadas pelos que têm entre 35 e 50 anos e 17 enviadas pelos que têm entre 51 e 69 anos). Para efeito comparativo, a média mundial de envios de mensagens entre 16 e 20 anos cai para 120 por dia, evidenciando o quao ativos os brasileiros sao nas redes sociais. Cerca de 44% deles declaram que se expressam melhor através de recursos audiovisuais do que através da fala ou da escrita.
Vinte e cinco por cento desses mesmos jovens entre 16 e 20 anos afirmam já ter recebido nudes ou mensagens de cunho sexual. Essa mesma faixa afirma ser socialmente aceitável alguém morar com os pais até os 31 anos (idade que se eleva para 36 anos quando aferida a média das respostas de todos os participantes da pesquisa). Os jovens brasileiros (16-30 anos) também revelam alta sociabilidade ao informarem possuir 17 melhores amigos, versus os 6 melhores amigos da média global.
Além disso, quando comparados às geraçoes anteriores, mais focados nas liberdades individuais, os jovens atuais valorizam mais a igualdade social. Entre 16 e 34 anos, 53% se preocupam com a questao da Igualdade Racial, 28% com o Feminismo, 21% com direitos LGBT e 10% com questoes dos transgêneros. Índices que caem respectivamente para 43%, 11%, 3% e 3% em cada uma destas questoes em se tratando de indivíduos a partir de 51 anos.
A despeito das novidades comportamentais, o estudo endossa o fato de que os dilemas fundamentais dos jovens nao mudaram. Entre as verdades transversais à juventude, está a necessidade de “encontrar a si mesmo”, um processo cheio de ansiedade e insegurança, próprio do período de formaçao da identidade. Nessa fase, os amigos sao importantíssimos, pois “encontrar sua galera” é essencial na definiçao da identidade pessoal do jovem. Por fim, “encontrar seu lugar no mundo” é a 3ª dimensao desse estágio da vida, busca que se dá através dos tempos e consiste na definiçao de valores, paixoes, ideais e parâmetro moral.
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