Evento nos EUA discute metodologia br que combina mídia programática e pesquisa de mercado

Os 1os testes da “amostragem programática”, uma nova metodologia que combina os mais recentes avanços da compra e venda automatizada de publicidade com métodos tradicionais de amostragem, indicam que existe uma correlaçao entre o elevado consumo de conteúdo na web e hábitos de compra em segmentos como moda e saúde. Enquanto 22% dos usuários “médios” com interesse no assunto compraram roupas esportivas nos últimos 3 meses, este número atinge 78% dos usuários de “alta intensidade” identificados através da amostragem programática. Esses serao alguns resultados apresentados essa semana em Nova Iorque durante o evento “Advanced Digital Analytics“, promovido pela ESOMAR, associaçao global de empresas de pesquisa de mercado.

Totalmente desenvolvida no Brasil pelo professor da FGV Marcelo Coutinho, em colaboraçao com o instituto de pesquisa IPSOS e a empresa de tecnologia Latin DMP, a metodologia combina dados originados do comportamento registrado em mais de 1 milhao de domínios .br com redes de publicidade digital e bases sócio-demográficas de consumidores que buscam informaçoes sobre moda e saúde. “Combinamos os avanços das tecnologias de rastreamento e identificaçao para a compra de mídia programática, o formato de publicidade digital que mais cresce no mundo, com os dados sócio-demográficos obtidos através de levantamentos mais tradicionais. Os 1os testes foram feitos em 2014 e quando apresentei os resultados para o Comitê da ESOMAR, no encontro latino-americano em abril deste ano, foi considerado um trabalho inédito em nível mundial, daí o convite para a apresentaçao nos EUA“, afirma Coutinho.

A compra e venda de publicidade através de softwares já responde por mais de USD 14,8 bilhoes do investimento publicitário nos EUA (55% de tudo que se investe na publicidade digital em banners naquele país), de acordo com a eMarketer. No Brasil a modalidade tem crescido de forma exponencial com a chegada de diversas empresas internacionais, e a falta de profissionais especializados preocupa o setor, de acordo com Cris Camargo, diretora-executiva do IAB Brasil. “O momento é crítico para a formaçao de profissionais que saibam usar esta tecnologia“, afirmou.

A pesquisa-piloto realizada por Coutinho envolveu a identificaçao de comportamentos com o dobro do consumo de informaçoes sobre moda e saúde na internet que a média dos internautas brasileiros. Esses “comportamentos” foram identificados de forma automatizada e convidados a responder uma pesquisa sobre o tema, fornecendo também seus dados sócio-demográficos, sendo os resultados posteriormente comparados com o Estudo Geral de Meios da IPSOS, o mais tradicional levantamento do consumo de mídia no Brasil. “Embora necessitemos de novos estudos para aperfeiçoar a metodologia, aumentando o tamanho da amostra, e os formatos de coleta sejam diferentes, os resultados foram compatíveis entre os 2 levantamentos, com a amostragem programática apresentando um comportamento similar em termos de hábitos e atitudes mas com um comportamento de compra bem mais elevado que a média indicada pelo EGM, como seria de se esperar“, afirma o professor da FGV.

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