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Experiência única – Portugal ‘vai a votos’ em tempo de pandemia
No domingo, dia 24, os portugueses vao escolher quem irá ocupar por 5 anos o mais alto cargo da Naçao – a Presidência da República. Hoje, último dia de campanha eleitoral, o clima é de apreensao e de algumas dúvidas quanto ao comparecimento do público nas secçoes eleitorais espalhadas pelo país (o voto em Portugal nao é obrigatório). A pandemia está à porta de todos e, mesmo assim, os 7 candidatos, de partidos da esquerda à extrema direita, estiveram durante 2 semanas apresentando os seus programas. Uma campanha bastante silenciosa, com poucas visitas e contatos nas ruas, feita em grande parte através das notícias nos jornais, nas mídias online, programas, debates e tempos de antena gratuitos na TV. Nenhum material impresso, nem brindes diversos foram oferecidos. Nas ruas, cartazes colocados em locais estratégicos e mais nada. “Tempo de economizar e cortar custos”, explicou o diretor de uma das campanhas.
Apesar do esforço e o empenho democrático de todos, desde o início da corrida eleitoral um candidato continua a ser considerado o favorito nas pesquisas – o próprio presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que provavelmente irá ficar no cargo por mais 5 anos. Comentaristas e politólogos, na sua maioria, discutem também se poderá haver uma 2ª volta entre a candidata Ana Gomes – independente (o Partido Socialista nao apresentou nenhum candidato), diplomata, socialista, ex-eurodeputada e André Ventura – único deputado no parlamento português eleito pelo partido extrema-direita (sim, existe…) e também candidato. “Posso ir à 2ª volta. Espero que todos os democratas se animem (…) as sondagens que eu acredito só as do dia 24”, declarou a candidata independente, Ana Gomes, em entrevista aos correspondentes da imprensa internacional.
O país neste momento está a atravessar os seus piores dias da pandemia. Hospitais cheios, falta de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio no limite fazem o que podem. A vacinaçao já começou apenas para aqueles do grupo de risco imediato – os maiores de 75 anos e o pessoal da saúde. As escolas e universidade a partir de hoje estao encerradas. Decretado o estado de emergência e o ‘lockdown’ até o final do mês com grandes restriçoes de horários para o comércio em geral.
Apesar dos sustos com as notícias nada animadoras, do distanciamento social, da falta de respeito de alguns, do olhar de medo e insegurança da populaçao, a democracia em Portugal resiste a tudo e a todos. Para mantê-la, nunca a coragem para ir votar foi tao necessária. Esse é o sentimento, o verdadeiro X da questao.
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