Facebook, alcance em queda e as leis da oferta & procura | Marcelo Coutinho

O reconhecimento do Facebook de que o alcance dos posts está em queda mostra que a mídia social pode ser nova, mas as velhas leis da oferta e procura continuam valendo. Em 1971, o economista americano Herbert Simon antecipava que a explosao na oferta de informaçao criaria a escassez da atençao. O mesmo raciocínio pode ser aplicado para nossas conexoes sociais. Existe um “custo” para mantermos nossa rede, traduzido pela atençao que podemos dar para cada um de seus integrantes. Existem evidências empíricas que, no fim das contas, a distribuiçao deste “capital de atençao” segue outra lei da “velha economia”, o princípio de Pareto, também conhecido como “80-20”, ou seja, gastamos 80% do nosso tempo com 20% das nossas conexoes (isto também se aplica ao consumo de mídia).

Uma rede social é feita através de conversaçoes, mas as empresas (assim como nós) possuem recursos limitados para manter essas conversas. A única maneira de capturar a atençao das pessoas de forma contínua e socialmente aceita é através de um conteúdo relevante, algo que é produzido mais facilmente por organizaçoes de mídia do que por plataformas de tecnologia. Por isso que no Grupo de Redes Sociais da GV, em Sao Paulo, trabalhamos com o conceito de que “audiência nao é influência”, e que as empresas devem “gastar” seus recursos para conversar com os concentradores e conectores de opiniao (geralmente 3% a 5% do total de integrantes da sua rede), e atingir o resto das suas conexoes de maneira convencional, ou seja, através de exposiçao ao seu conteúdo (dentro da mesma rede), exatamente como na mídia “tradicional” – veja isso. Foi o que o MySpace nao entendeu a tempo, mas o Facebook aparentemente sim ;)

Notao documento completo, disponível como Generating Business Results on Facebook, mostra que 10% da populaçao brasileira já utiliza o site através de dispositivos móveis diariamente. Imagina na Copa…

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