Franquias – o desafio da escala na indústria do entretenimento | Tania Savaget

As primeiras imagens que vêm na minha cabeça quando penso em franquias sao as ligadas ao mercado de varejo. Fast Foods, lojas de cosméticos, lojas de moda, chocolates, cafés. O grande ícone deste mercado ainda é o McDonalds que, para quem estuda Marcas, tem como principal competência a padronizaçao – Os produtos milimetricamente pesados, os processos absolutamente controlados, os funcionários uniformizados de corpo e alma, as lojas com pouquíssimas variaçoes em qualquer lugar do mundo, a experiência sempre parecida. Mesmo nas flexibilizaçoes de cardápio para alguns mercados, a padronizaçao está lá, presente.

O desafio da escala em um mundo globalizado nao é exclusivo das franquias. Marcas de produto, serviço, B2B, B2C estao todas submetidas à busca por produtividade, eficiência. No mundo do entretenimento, da chamada Economia Criativa, a pressao por escala também gerou algumas franquias. Já tinha visto a palavra “franquia” associada a alguns programas, como o “o ator tal, da franquia Harry Potter”, mas nao tinha pensado em como se ganha escala neste mercado. Estudando a sociedade da informaçao, voltei ao livro de Henry Jenkins, de 2008, ‘Cultura da Convergência‘, e fui analisar com os olhos de “franqueador/franqueados/clientes” alguns destes fenômenos.

O autor fala da convergência nao como uma simples tecnologia, mas uma transformaçao cultural que incentiva consumidores a procurar informaçoes e fazer suas conexoes em meios e conteúdos midiáticos fragmentados, dispersos. Neste cenário, alguns produtos viram franquias, que nascem em um meio – livro, TV, cinema – e vao virando franquias, se transformando em games, comunidades virtuais etc. American Idol, Matrix, Star Wars, Harry Potter sao exemplos de marcas que ultrapassaram fronteiras e ganharam escala. A chave destas franquias nao é a padronizaçao, mas a participaçao das audiências, a elasticidade dos conteúdos e a adaptaçao de uma ideia poderosa para muitos formatos.

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