Fundador da L&PM critica delegado q apreendeu livro, diz ser coisa de autoritarismo

Após acompanhar a reportagem sobre a apreensao de um livro da sua editora juntamente com outros pertences de um suspeito de vandalismo, que seriam indícios que ‘demonstram o perfil’ do acusado, Ivan Pinheiro Machado, um dos fundadores da L&PM (ele é o ‘PM’) criticou a açao do delegado, lembrando que a apreensao de títulos literários também acontecera na biblioteca de seu pai, durante o período da ditadura militar brasileira.

– “Nao me interessa o que o rapaz fez. Mas o que me chamou a atençao foi a naturalidade com que o delegado apreendeu o livro. Um delegado que nao serve a uma ditadura e apreende um livro é porque tem a vocaçao do autoritarismo”, diz Ivan, esclarecendo ainda que a ediçao de ‘Mate-me por favor’ da L&PM foi feita por sua indicaçao, e que a obra nao faz apologia à violência, mas sim trata de jovens que foram abandonados pelo sitema e elegeram a música como forma de protesto.

– “Me surpreende que um bom livro seja alinhado junto a facas e correntes e exibido na TV como se fosse uma arma. Lembrou-me o tira ignorante que invadiu a casa do meu pai nos anos 70 para prender os ‘livros comunistas’ – atirou-se na estante e pegou ‘O vermelho e o negro’, de Stendhal, como um símbolo desta ‘corja vermelha que quer tomar conta do país'”. Dica do Bruno Santos.

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