Futuro da midia – ‘Ninguem tem a ilusao de que tudo vai ficar como está’ ;) #youPix

Pela ordem, lá da ponta pra cá, Marcelo Coutinho, Nelson de Sá, Julio Hungria, Rizzo Miranda, Carlos Moreira Jr – foto da Mariana Carillo

Santander é o banco do Blue Bus

Debate do Blue Bus examinou a crise da midia. Na mesa, Carlos Moreira Jr, Manager de parcerias do Twitter Brasil, Risoletta Miranda, diretora da FSB Digital, Marcelo Coutinho, da inteligência do Terra e articulista no Blue Bus, e Nelson de Sá, da Folha, autor do blog Toda Mídia, analista de midia – mediados pelo editor Julio Hungria. O futuro passa pela inovaçao formal, pela renovaçao do modelo de negocio, pelo retomada da honestidade no conteudo ou por todas as 3 opçoes juntas?

Risoletta Miranda abriu a discussao defendendo que o princípio, independente do formato ou lugar, é o que deve perdurar e é o que vale hoje na transiçao do jornalismo que agora é multiplataforma “mas o conteúdo ser maravilhoso nao basta, o formato tem que atender o público – que hoje tem tempo curto pra consumir tanta informaçao”.

Carlos Moreira Jr tocou na distribuiçao da informaçao – e que o seu exito está na velocidade e no poder de síntase do transmissor, “os 140 caracteres do Twitter”. Disse que “a distribuiçao aqui, tal como acontece com qq outro produto, deve estar presente em td momento do consumo, que on e off line terao q trabalhar juntos”.

Nelson de Sá se apresentou, inicialmente, como 1 “representante do passado” – já que trabalha com impresso :) Diz que a obsessao dos jornalistas profissionais hoje é com modelo de negocios, fazer o que produz profissionalmente ser rentável, “já nao há a publicidade, como antes, para o jornalismo se manter”. Expoe – “Quem leva a publicidade que antes era das mídias clássicas sao as redes sociais, que tem modelos de negócios nativos da internet” – apontou para Moreira Jr :).

Mas ele nao perdeu a esperança – tem a sensaçao que o jornalismo está se renovando. Falou da noite em que passou acompanhando pelo Twitter o atentado em Boston – achou 1 link que oferecia ao vivo o diálogo da polícia caçando os terroristas, “o link foi derrubado mas logo em seguida apareciam outros apontando para a mesma informaçao”. Lembrou tambem do formato ninja, a grd novidade da narrativa de imagens junto do fato – enquanto a midia tradicional olhava para o assunto vendo dos helicopteros”. Conclui que renovando a forma, o jornalismo se mantem – “Só falta o dinheiro” (modelo de negocio).

Marcelo Coutinho concorda e vê 1 futuro brilhante para o jornalismo. Tem duvida quanto ao futuro dos jornais impressos – “Eles sao produzidos em escala enquanto acessamos informaçao em redes, logo, a batalha é desigual. Temos a economia de escala e em contraponto, a das redes, que permite às pessoas que sabem produzir conteúdo nesse novo modelo, se apropriarem do privilegio da mídia antiga”. E lembra que quem souber atrair a atençao do público nas plataformas de distribuiçao digital, vai vencer.

Cresceu a quantidade de conteúdo disponível, cresceram suas opçoes de consumo – “Isso tornou a atençao um dos recursos mais escassos da vida moderna, afetando empresas e empreendedores que ‘vivem’ da venda da atençao dos consumidores para os anunciantes”.

O fim dos jornais impressos parece ser absolutamente irreversivel – pela escassez de agua que o mundo ja verifica – “Quilos de papel produzidos com o consumo de litros e litros de agua para levar a vc no dia seguinte as noticias de ontem” – seria uma irresponsabilidade – “E quando a agua acabar?” – pergunta o mediador, Julio Hungria.

Hungria levanta que o custo da produçao do jornalismo digital e plataformas de informaçao ageis como o Twitter estao permitindo a estimulando a pulverizaçao da midia, que sai das maos dos poucos grandes grupos para 1 numero infinito de mediadores.

Sobre isso, Rizzo Miranda provocou – “Que tipo de sociedade, democracia, sistema político e social impera quando nao se tem mais o monopólio da informaçao na mao dos grandes grupos, mas a concentracao da difusao dela esta na mao do cidadao?”.

Mas que liberdade está nas maos do cidadao com a presença do Grande Irmao da NSA espionando e podendo controlar tudo? Nelson de Sá lembra que “todos somos formigas nesse ambiente, somos estatísticas e nao indivíduos, num esquema que nao só poderia, mas é controlado. O estado nao pode ter controle, assim como o áudio da policia em Boston nao conseguiu ter”. Deixou a liçao – “O controle da informaçao é o oposto do jornalismo”. E se declarou, nesta questao, 1 engajado anarquista – “Sou sempre contra qq controle da informaçao, venha de onde vier, seja qual for”.

Hungria encerrou o debate constatando, com alivio, que pelo menos todo mundo ali estava sabendo o que virá mais adiante – “cada 1 da plateia, cada 1 dos integrantes da mesa, ninguem tem a ilusao de que tudo vai ficar como está” ;)

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