Golpe derruba governo de Mianmar – essa mulher nem percebeu q tudo ocorria atrás dela

O Mianmar, país localizado no sul da Ásia que viveu sob uma ferrenha ditadura militar por décadas, sofreu na madrugada desta 2ª feira (1º) um novo golpe de estado. Teve prisao da líder de facto desde 2015 Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz de 1991, e de outras autoridades do país. Em discurso em um canal militar, os autores do golpe acusaram o que chamam de “fraude eleitoral” para justificar as prisoes. Eles declararam estado de emergência no país, tomando o controle do governo por 1 ano. Voos foram cancelados e a internet no país, bloqueada.

Mas um aspecto inusitado de todo esse ocorrido, ainda em desenvolvimento por lá, foi registrado meio sem querer por Khing Hnin Wai, educadora física de 26 anos que se apresenta no Facebook como professora da disciplina no Ministério da Educaçao de Mianmar. Ao gravar um vídeo com exercícios aeróbicos, sem querer ela flagrou, lá no fundo, toda a movimentaçao dos militares que se dirigiam ao Parlamento. 

Em determinado momento do vídeo começa a carreata: um, depois outro, ao todo 12 veículos. Eles se aproximam da barreira, onde há soldados, e a atravessam sem problemas, sumindo à esquerda, no que deve ser o acesso ao edifício do Parlamento. Pouco depois, 3 motonetas se aproximam, mas ficam no portao. Ao que parece pelo vídeo, Wai nao se dá conta do que acontecia, tao concentrada que estava na coreografia.

O vídeo foi publicado às 5:30 da manhã (horário de Brasília) e já tem mais de 170 mil visualizaçoes e milhares de compartilhamentos. O que ela escreveu em birmanês nao fica muito claro porque este colunista nao fala o idioma e o Google Translator nao é muito bom em traduzi-lo, mas no texto editado ela fala algo sobre “helicópteros e viaturas”. E avisa: “Copiar este vídeo nao está permitido”.

Tarde demais, porque ele já circula solto na internet. No texto original, ela só tinha escrito o nome do local em que gravou o vídeo. Nay Pyi Taw, que chamamos no Brasil de Nepiedó, é a capital birmanesa desde novembro de 2005, por decisao da junta militar que governava o país na época (Mianmar se livrou parcialmente dos militares em 2011). Antes, era Yangon (ou Rangum), cidade mais populosa, ao sul. Curiosidade: o significado do nome original da capital anterior, que vem da junçao de “yan” (inimigos), e “koun”, “fugir de”, é “cidade sem inimigos”. Deveriam ter ficado por lá.

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