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Guerra de Guerrilhas? A batalha pela audiência e pelos investimentos publicitários
A campanha do dia Mundial da Liberdade de Imprensa realizada pela Associaçao Nacional do Jornais (ANJ) – “Quem vai combater o Estado Islâmico? Os jornais, o Facebook ou o Google?” – é praticamente uma declaraçao de guerra. Mas na mídia esta guerra é pela atençao das pessoas e os investimentos em publicidade, uma batalha na qual plataformas digitais estao em franca vantagem. Lembrando que nem todas sao iguais: Twitter e LinkedIn foram castigados pelo mercado por apresentarem resultados em publicidade display abaixo do esperado no 1º trimestre, repetindo o que aconteceu com Yahoo (os resultados da AOL só saem no dia 8).
Uma análise dos relatórios financeiros das principais empresas do setor mostra que as chances de sobrevivência estao na combinaçao de táticas tecnológicas (além do mobile, programas de tracking e segmentaçao automatizados nao apenas para vender inventário remanescente, mas principalmente para qualificar seu público) com uma estratégia de conteúdo de valor agregado (seja via matérias especiais, seja via “publicidade nativa”). E ainda assim vai depender da paciência dos acionistas e um pouco de sorte, como destacou Marty Baron, editor do Washington Post em entrevista na Folha.
O NYT indicou uma possibilidade – seu “Laboratório de Marcas”, uma iniciativa para desenvolver projetos de conteúdo especiais para marcas, vem apresentando crescimento consistente nos últimos trimestres. Fazer “mais do mesmo” para lutar a guerra da audiência é uma batalha desigual em mercados de rede, que na economia sao conhecidos como “o vencedor leva tudo”, por conta da sua tendência ao oligopólio. Se os grupos de comunicaçao nacionais continuarem acreditando que reduzir custos via desidrataçao de conteúdo e “jornalismo de clicks” sao suficientes, estamos próximos do Waterloo da mídia impressa brasileira.
Francisco
Além da desidratação do conteúdo, a partidarização e o jornalismo declaratório (como diria Caco Barcelos) está queimando acelerada e definitivamente outro patrimônio da mídia: a credibilidade. A coisa está tão feia que os “grandes” escândalos das capas das revistas semanais, por exemplo, nem repercutem mais no restante da mídia.