Indo p/ o 2º turno – Sucesso do vendedor de tabloides explica comportamento da maioria?

“A chamada nova classe média ainda é um mistério para a maioria dos analistas e uma surpresa para quem tenta entender suas escolhas com base no que se conhece das sociedades caracterizadas por um acentuado corte nas divisoes de renda” – adverte Luciano Martins Costa escrevendo para o Observatorio no dia seguinte às eleiçoes – “O grande número de mulheres que trabalham fora e de jovens que frequentam universidades ou cursos técnicos é apenas uma característica dessa nova demografia do Brasil. Mas apenas esses 2 fenômenos já sao suficientes para produzir mudanças importantes nas relaçoes familiares e comunitárias” – observa – “Alguns estudos recentes baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios revelam que a classe de renda que é majoritária na populaçao brasileira (1) nao age impulsivamente, como pensam muitos (2) nao consome desvairadamente e (3) nao se impressiona facilmente pela propaganda”.

Cita “a curiosa figura do vendedor de tabloides, 1 fenômeno recente que representa como essa populaçao necessita de informaçoes para a vida prática”. Sao pequenos empreendedores que coletam os panfletos de promoçoes distribuídos pelas grandes redes de comércio e encartados nos jornais – “Esses encartes sao juntados em cadernos e vendidos a R$ 1 na periferia de Sao Paulo e, com isso em maos, as donas de casa costumam pechinchar preços de gêneros de 1a necessidade, obtendo grandes descontos”. Entao aplica esse parâmetro de comportamento às pessoas no papel de eleitores, e conclui que “pode-se adivinhar que elas tomarao decisoes mais pragmáticas também diante das urnas”. Anota Luciano que “essa característica pode relacionar a (surpreendente?) queda de Russomanno ao momento em que seus adversários passaram a questionar seu plano de transporte coletivo, que poderia aumentar o custo para quem mora mais longe”. Talvez?

Conclui o articulista que “a disputa do 2o turno vai exigir um aprendizado importante para os estrategistas de campanha. Os cidadaos que ocupam a ampla faixa intermediária de renda estao preocupados em consolidar sua nova condiçao social, têm muito a perder com políticas públicas desastrosas, sentem-se orgulhosos de haver conquistado seu novo status e parecem menos sensíveis a apelos emocionais”.

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