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Jornalismo ninja, grd midia usa mas omite a fonte | no Observatorio
Nas ediçoes desta 4a feira (21/8), a Folha de S. Paulo e o Globo informam que 1 policial militar do Rio foi afastado do serviço após ter sido identificado lançando gás de pimenta contra jornalistas e advogados que acompanhavam 1 protesto no bairro do Catete.
Os dois textos oferecem informaçoes detalhadas sobre a açao do agente público, depoimentos e declaraçoes de autoridades, com as costumeiras promessas de “apuração rigorosa”. Mas há uma diferença fundamental entre as duas reportagens: para o Globo, o vídeo que denuncia a atitude do policial apenas “circula nas redes sociais”. Já a Folha esclarece que as imagens foram produzidas e divulgadas “por um grupo identificado como Coletivo Mariachi”.
Só os editores do jornal carioca podem explicar porque omitem de seus leitores a autoria do material jornalístico que permitiu identificar o perpetrador desse ato abusivo. Mas nao é difícil relacionar esse “esquecimento” com o esforço que faz a mídia tradicional para relativizar a importância dos midiativistas, que se notabilizaram recentemente a partir do coletivo chamado Mídia Ninja.
Segundo o site especializado em mídia e publicidade Blue Bus, o Coletivo Mariachi é 1 novo fruto do processo de multiplicaçao do jornalismo ninja, que dinamiza e diversifica o ambiente comunicacional. Formado originalmente por 1 documentarista mexicano e 2 jornalistas brasileiros, esse novo grupo, segundo o Blue Bus, acompanha as manifestações na cidade do Rio de Janeiro para a produçao de um documentário que deverá se intitular “Primavera Carioca”.
Enquanto intelectuais discutem o formato dessas iniciativas, “o que seria jornalismo, o que seria narrativa”, diz o site, “o mundo novo da mídia avança sobre a polícia e mostra o absoluto despreparo dos soldados que deveriam zelar pela ordem nas ruas”.
Pode-se discutir em que ponto eclode a violência que tem se seguido às manifestaçoes, se policiais despreparados detonam ou contribuem para acirrar o ânimo dos protestadores, mas nao se pode fugir ao fato de que, sem a açao dos midiativistas, todos os dedos estariam apontados para os manifestantes.
Ao omitir a autoria do vídeo que denuncia a arbitrariedade policial, o Globo admite implicitamente que nao pode ignorar a informaçao, mas se sente compelido a omitir a fonte.
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