Manifesto por marcas de café brasileiras | texto da Tania Savaget

Até onde eu sei a Suíça nao tem 1 pé de cacau, assim como a Itália nao tem 1 pé de café mas, mesmo assim, sao as marcas de países mais associadas ao chocolate e ao expresso, respectivamente. No nosso caso, somos conhecidos como o “país do café”, temos muitas regioes famosas por suas plantaçoes, com influências políticas registradas em nossos livros de história – quem se lembra da política café com leite? – e um hábito que reforça nossa fama de bons anfitrioes, que oferecem um cafezinho a qualquer hora do dia. Nao mais do que isso.

Somos apenas exportadores do grao commodity (sem valor agregado) que vem tendo quedas de volume a cada ano. Pior que isto, importamos cada vez mais blends, pós, cápsulas e máquinas. Para se ter uma ideia, o quilo do café comum nos supermercados nao passa de R$ 10. Já o café diluído em cápsulasde 10 gramas custa R$ 240 por quilo. E mesmo pagando caro, as maquininhas de expresso já estao presentes em muitas listas de casamento e, segundo pesquisas, quase 1 milhao de unidades estao em pleno funcionamento em escritórios, consultórios e casas das classes mais altas.

Para nao perder o boom do consumo de café de mais qualidade, o Brasil precisa se preparar para produzir blends, importar graos de países como Índia e Venezuela, fabricar máquinas e criar marcas de valor reconhecido, nao é? Com um mercado interno que consome quase 180 bilhoes de xícaras por ano e a chegada das cápsulas genéricas, o que nao faltam sao oportunidades. Tomara que empresas, governo e apaixonados por café trabalhem juntos para construírmos marcas de café brasileiras…

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