Sobre as ‘marcas ingrediente’ e a queda dos muros do mercado | Tania Savaget

Brinco que desde que caiu o muro físico de Berlim uma série de outros muros caíu. Uso a metáfora para falar como alguns conceitos que antes tinham uma separaçao mais definida – há algum tempo já nao conseguem ser explicados de forma tao estanque ou, como diz a língua inglesa, no-leak, sem vazamentos. Está tudo mais poroso e permeável – emissor/receptor, comprador/vendedor, B2B/B2C, BTL/ATL. Neste fluxo, as marcas que antes se diziam B2B e tinham compras mais técnicas e estruturadas estao podendo construir estratégias mais amplas.

Quem atende ou já atendeu clientes que nao costumam chegar ao que chamamos de consumidor final sabe que o termo “marca ingrediente” e o estudo destes cases é sempre aprofundado e debatido e pode ajudar a definir os investimentos em marca e comunicaçao. Os mais emblemáticos ainda sao a Intel com seu soundbranding e a lycra com a massiva campanha “aqui tem lycra”. Ambos sao exemplos muito interessantes de empresas que romperam muros e foram falar com o último elo da cadeia.

Assisti outro o dia o case da Tigre, que já foi além dos “tubos e conexoes” e hoje tem um portfólio amplo, está namorando sua internacionalizaçao e ostenta 1 reconhecimento de marca invejável. Ela fala com quem vende, quem distribui, quem usa e quem compra de uma forma muito interessante. Fiquei entao pensando numa marca de 1895, presente em muitos países, que atua num mercado de luxo e, quando vira ingrediente, ajuda a construir seus valores: a Svarovski. Nunca a vi numa abordagem de marca ingrediente, mas sei que chinelos, biquínis e perfumes já colocaram esse ingrediente brilhante e mudaram sua percepçao de valor.

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