Massacre | ‘Dissimulaçao vicia os veículos brs e entorpece seus profissionais’ (Dines)

Alberto Dines no Observatorio da Imprensa

A mídia brasileira passou ao largo da questao ideológica embutida no morticínio. Nao quer tomar posiçoes, prefere agarrar-se à tragédia apesar da inusitada demora em esclarecer seus bastidores e circunstâncias mais recônditas. O telenovelismo mais uma vez impoe-se à compulsao de buscar a verdade, toda a verdade. Preferem esquecer a NRA National Rifle Association e as evidências de que essa legiao do bangue-bangue é a tropa de choque da direita americana. Sequer lembraram do referendo brasileiro de outubro de 2005, quando a direita e os conservadores favoráveis ao armamentismo deram uma tunda (64% a 36%) na centro-esquerda.

Precisamos relembrar o massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio (7/4/2011), e desmascarar o cinismo de certos setores americanos que pretendem proibir as “armas de assalto” ou ataque (fuzis semiautomáticos), deixando como está a venda de armas de defesa pessoal (revólveres e pistolas). É exatamente a mesma coisa – o nosso monstrinho Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, matou 12 crianças e feriu outras 10 com apenas 2 revólveres – consideradas armas de defesa pessoal, porém alimentados com carregadores adicionais o que os tornaram quase tao letais quanto uma submetralhadora.

A mídia brasileira foi simpática ao Tea Party, torceu o nariz para a reeleiçao de Obama e agora faz de conta de que nao existe um fortíssimo componente ideológico no terrorismo individual que ensanguenta as escolas dos EUA desde 1999. Este exercício coletivo de dissimulaçao emascula nossa instituiçao jornalística, vicia os principais veículos do país e entorpece seus próprios profissionais. imagem Newtown, Connecticut, mapa

Na integra, leia no Observatorio sob o titulo ‘Nao sao as armas, é a ideologia’

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