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McDonalds vs acaraje – a interferência da Fifa nas tradiçoes da cultura brasileira (?)
O jornal A Tarde alerta que regra da Fifa ameaça a venda de acarajé em jogos da Copa 2014 na Bahia – e os protestos já se espalham pela midia. A arena Fonte Nova, estádio que vai abrigar jogos da Copa das Confederaçoes e da Copa do Mundo em Salvador, pode ter proibida a venda do tradicional bolinho, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial – pode ser caracterizada como “comércio ambulante” (!) E a federaçao promotora das competiçoes internacionais de futebol recomenda o afastamento dessa modalidade de comércio num perímetro de até 2 quilômetros das praças de jogos. O acarajé, em tese, nao pode ser concorrente dos hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora oficial. Acredita nisso? :)
marcio
o brasil é louco por uma polêmica inútil.
não queremos ter a copa em casa? então…existem regras.
tem uma baba de dinheiro envolvida…para o bem ou para o mal…e os patrocinadores querem mais é aumentar seus lucros.
um outro jeito seria não termos a copa e continuar com estádios caindo aos pedaços e infra estrutura idem…não vai ser perfeito mas pelo menos fica um legado razoável.
e as baianas vão vender acarajé como loucas…pois todo mundo vai depois pra praia, pro pelô etc…a cidade como um todo vai ganhar mais.
vamos nos preocupar com coisas sérias?
Debora Paixão
Concordo Márcio, na hora de assinar o contrato para a Copa já estava previsto (como é comum em TODOS os países que o evento foi realizado) de que só produtos licenciados seria comercializado num perímetro de 2km dos estádios.
É ridículo ver as mesmas pessoas que comemoraram anos atrás só agora criticam e percebem o quanto a Copa vai ferrar com a infra do país.
Fernando
Acontece que o Acarajé é um patrimônio imaterial e é importantíssimo para o turismo. O que isso significa? Significa que uma boa parte do turismo para Salvador – que possivelmente motivou a escolha desta sede – só existe por que há tradições locais que incentivam a presença do turista para conhecer uma cultura que inexiste em qualquer outro lugar. E neste caso, a cultura foi reconhecida por sua grandiosidade presente no patrimônio material (exemplo do pelourinho, Salvador como um todo por seu histórico) quanto pelo patrimônio imaterial: as músicas, as danças, as festas, a comida, as tradições que foram herdadas por várias gerações e que são identidades locais de Salvador.
Aceitar que exista a proibição do comércio do Acarajé, que além de um patrimônio, é uma forma de renda das comerciantes (todas autorizadas pela prefeitura) é aceitar que uma parte da história de Salvador seja retirada do imaginário do turista que irá visitar a cidade! E aceitar passivamente também que, possivelmente, seja prerrogativa das empresas para outras subsedes: imagine a proibição ao chimarrão, no sul, pela Budweiser; Proibir que a “Caldeirada de Tucunaré” seja comercializada por restaurantes no Amazonas; A Feijoada, no RJ, dentre tantos outros exemplos que uma pesquisa básica de ensino médio consegue demonstrar.
É de um pensamento raso, mesquinho e puramente comercial, aceitar como cordeiros que isso aconteça e até mesmo concordar com tamanho desrespeito à cultura local.
O mal do brasileiro é que ele se diz patriota, mas é o primeiro a negar sua própria identidade. Um povo patriota se faz, principalmente, por orgulhar-se de sua cultura e lutar por preservá-la.
Debora Paixão
A FIFA é uma entidade privada que terá poderes de Estado na área que circunda os estádios, foi assim nas outras Copas e o Brasil sabia disso.
Africa, França, Alemanha e outras sedes tudo o que foi comercializado dentro e entorno dos estádios eram os produtos dos patrocinadores oficiais; e aqui não será diferente: sem acarajé, xis, churrasquinho grego ou cerveja itaipava.
Não adianta culpar quem exige e sim quem se submete.
Debora Paixão
Outra coisa, releiam a notícia. A coibição diz respeito SOMENTE A ÁREA DOS ESTÁDIOS.
Carlos
Vamos ler a “matéria” toda. A venda vai ser proibida num raio de 2 km ao redor do estádio. Tem gente que gosta de procurar pêlo em ovo.
jainara brito de souza
mercado