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Mídia, como sobreviver no século 21 | análise do Marcelo Coutinho
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A divulgaçao dos últimos resultados trimestrais de algumas empresas mostra que as perspectivas para o setor de mídia continuam sendo consolidaçao ou diversificaçao. Apesar do fracasso da fusao Publicis-Omnicom, a busca por economias de escala para fazer frente ao poder dos gigantes digitais vai continuar (boatos de compra da Interpublic, a oferta de Murdoch pela Time Warner, etc). Para os que apostaram na diversificaçao, os resultados do NY Times, embora nao sejam um alento, indicam que existe um caminho, longo mas possível de ser trilhado, em direçao a sobrevivência no século XXI.
Como acontece desde o final de 2011, as receitas com produtos e serviços (assinaturas) superaram as receitas de publicidade, caminho inverso ao observado nos resultados de Google, Facebook e Twitter. A questao de alguns bilhoes de dólares é se a velocidade do crescimento destas receitas será suficiente para assegurar a capacidade de investimento e absorver o risco de apostas erradas. Embora a receita com digital responda hoje por quase 50% do faturamento do NY Times (contra menos de 5% há 10 anos), a receita total se mantém praticamente estável nos últimos anos. No caso específico da receita publicitária, o crescimento de 3,4% no faturamento do digital nao foi suficiente para compensar a queda 6,6% no impresso. Talvez a conta feche em futuro próximo quando falamos de marcas globais (além do Times, Wall Street Journal, Financial Times e The Economist) mas meu palpite é que a situaçao das marcas locais é muito mais dramática. Enquanto isso, os resultados com venda de publicidade entre as empresas de tecnologia nao param de crescer, com destaque para a ocupaçao do espaço na publicidade mobile por Facebook e Twitter nos últimos meses.
As empresas de mídia vao ter que se tornar plataformas de conteúdo e chegar em um meio-termo comercial com as plataformas de distribuiçao (Google, Facebook, Apple, Twitter) ou correm o risco de serem engolidas por elas. Na mídia impressa, este futuro já está “escrito em pedra”. Em relaçao ao conteúdo televisivo, as apostas ainda estao em aberto.
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