Na midia da perifeira, funkeiro tambem é veiculo – fecharam 1 em Campinas

Rodrigo, 24, o MC Pet, segura foto do irmao; o autor da imagem é Zanone Fraissat, da Folhapress

Na falta de uma voz impressa, televisada ou internetada, 1 artista pode ser a midia. Foi assim em seculos passados, foi assim na recente ditadura brasileira, ainda é assim na periferia. MC Daleste, o Daniel, de 20, falava da polícia no palco antes de ser morto, conta o irmao Rodrigo, 24, o MC Pet, publicado hoje pela Folha para assinantes®. Diz que foram 2 disparos – “Ele estava cantando e parou para interagir com o público. Do nada, veio um primeiro tiro, que passou de raspao em sua axila”, lembra. Sem se dar conta de que se tratava de um disparo, MC Daleste ainda falou – “Tá de tiraçao, né molecote”. 3 minutos depois veio a segunda bala. Rodrigo conta que no trajeto até o hospital, o irmao perdeu muito sangue. Mas estava lúcido e até brincou: “Vamos fotografar e colocar no Instagram”.

“Daleste tinha mais 4 shows pela frente naquela noite. Faturaria R$ 30 mil. Costumava se apresentar até 20 vezes em uma só semana”- narra a Folha. Rodrigo conta que no momento do 2o disparo o irmao falava sobre “a realidade, de que existe policial corrupto e policial bom”. Daleste rememorava 1 episódio em que foi abordado pela polícia enquanto jogava bola de gude na rua, ainda criança.

Mais de 3.000 pessoas acompanhavam o show, que era gratuito, em um conjunto habitacional popular. Segundo Rodrigo, “aquele nao era um bom lugar para se ir, nao tinha segurança, era tudo no improviso”.

Inconclusiva, a investigaçao da polícia, por seu lado, trabalha com a hipótese de vingança e crime passional (?)

Ontem, foi 1 ato em homenagem ao musico que foi morto no domingo retrasado (!) Vestindo camisetas do movimento ‘O funk pede a paz’, cerca de 250 pessoas, entre amigos e fãs, participaram na avenida Paulista. Várias músicas do MC foram cantadas e o ato se encerrou com todos rezando o Pai Nosso. Outros 5 MCs, que foram assassinados de 2010 para cá, também foram homenageados. O dia de ontem também foi marcado por diversas missas de 7o dia. Só na zona leste – Daniel nasceu na favela do Jau, na Penha – foram 5, anota a noticia.

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