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Netflix, o inevitável cancelamento de ‘Sense8’ e o risco de tentar ser tudo para todos
No início de junho, a Netflix pegou os fãs de ‘Sense8’ de surpresa ao anunciar que a série nao teria mais continuidade. ‘The Get Down’, outra série muito bem avaliada, também foi cancelada. Matéria da Wired explica que os cancelamentos nao tiveram relaçao com críticas ou a falta de indicaçoes para prêmios, e sim com o famoso ‘ROI’ – retorno sobre investimento. Ou melhor, a falta dele. Ted Sarandos, chief content officer da Netflix, explicou que a empresa teve de se perguntar se um número suficiente de pessoas estava assistindo essas duas séries para compensar seu alto custo. “Um programa grande e caro para uma grande audiência é ótimo. Um programa grande e caro para uma pequena audiência é difícil de manter a longo prazo, mesmo no nosso modelo”, afirma Sarandos. Enquanto o número de assinantes continuava subindo, era fácil para a Netflix produzir os programas que quisesse. No 1º trimestre deste ano, no entanto, a companhia nao atingiu, pela 1ª vez, sua meta de novos assinantes. Isso significa que será necessário dar preferência às produçoes mais populares. “Era inevitável. (…) Em algum ponto você enfrenta a lei do retorno decrescente”, diz Chris Smith, professor da USC Annenberg School for Communication and Journalism, de Los Angeles. Para a Wired, “essa nao é mais a empresa que trouxe de volta ‘Arrested Development’ e ‘Wet Hot American Summer’ apenas para fazer as pessoas felizes; é a empresa que está perseguindo seu maior rival.” Leia-se – a HBO, cujos passos a Netflix seguiu desde o início. Ainda segundo a publicaçao, a Netflix, no entanto, nunca será exatamente como outra rede de TV porque sua identidade é muito difusa. Algo como “o Google do streaming”, alguém que tem “tudo para todos”, e tentar ser tudo para todos pode levar à produçao de coisas medíocres para ninguém. Se focar muito em um nicho, corre o risco de perder boa parte de sua audiência; se produzir conteúdo demais, pode se tornar ‘inflada’ como qualquer outra rede de TV. “É um equilíbrio delicado, mas algo que a companhia terá de descobrir como alcançar se quiser ser a rede do futuro”, conclui a revista. Leia a matéria na íntegra, em inglês, aqui.
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