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NINJA responde no Facebook nota de jornalista do Estadao, veja aqui
Em nota, jornalista desmerece trabalho da Mídia NINJA, que acompanha as manifestaçoes brs diretamente da rua, dando uma visao horizontal dos fatos para quem está de fora. NINJA publicou ontem sua réplica no Facebook, veja:
MÍDIA MÁRTIR
No fim de semana, Artur Rodrigues, um jornalista do Estado de S. Paulo escreveu o seguinte parágrafo se referindo à cobertura da Mídia Ninja:
“Ninja é o cara que acorda de madrugada pra falar com mulher de preso na fila da visita, o que abre cem bueiros com pé de cabra para ver se estao limpos, o que pega 10 viroses por ano para ver se tem maca nos corredores dos hospitais, o que faz 30 ligaçoes por dia para descobrir que um político está usando aviao da FAB para viagem particular, o que toma tiro no olho para fazer a imagem, o que passa dias recontando os dados de homicídios e desmascarar a maquiagem do poder público, o que é obrigado a ir no enterro de uma criança assassinada. Ninja é, acima de tudo, o cara que ganha piso de 3 paus para fazer tudo isso. Filmar tudo com o celular e transmitir na internet, sem ganhar nada por isso, é brincadeira”
Só faltou dizer que para ser Ninja de verdade precisa ter diploma… Mas nao é o caso de zombar do ataque desqualificador do colega. Apenas ler com mais atençao.
Ele parece nao saber que antes de ser uma metáfora, Ninja é uma sigla. Narrativas Independentes, Jornalismo e Açao. Sobre a primeira parte, a tal independencia narrativa, um repórter do Estadao nao pode se gabar. Entendo e valorizo de verdade o apuro, a dedicaçao as viroses que ele exalta contrair. Mas, em geral, o material uma vez editado, contextualizado por seus publishers, costuma servir para reforçar uma versao de sociedade contrária aos valores humanistas que nosso herói ostenta em seu post.
Generalizo? Um pouco. Mas nem tanto… que liberdade Artur tem para questionar, publicamente, o editorial de seu veículo que pedia sangue, violência policial contra os manifestantes naquela fatídica quinta 13, quando jornalistas como ele (Se ele estivesse na rua. Nao sei se estava) apanharam como meros paulistanos indignados? Poderá o ímpeto perdigueiro de Artur investigar a fundo as contas e falcatruas de aliados políticos de seus empregadores? Poderá Artur apresentar ao público, depois de 30 telefonemas, o real teor das reformas das leis de meios de comunicaçao que vêm sendo propostas há anos?
Sobre a segunda parte, o Jornalismo… Nao há dúvida. Seu ofício merece esse nome. Investigar, apurar, ter paciência e saúde para honrar a tarefa de ser um olho público. Mas entao fica a dica para Artur: faça esse trabalho antes de avacalhar o trabalho da Mídia Ninja. Ou seja: dê um de seus tantos telefonemas e descubra que horas estamos acordando. Quantas horas estamos dormindo. Como estamos financiando nosso trabalho. Os riscos e as reais agressoes que viemos sofrendo nas últimas semanas. E quais as motivaçoes, fora dinheiro, estao nos movendo para as ruas. O próprio jornal onde ele trabalha tem jornalista desse tipo, aliás. No domingo passado, uma matéria de contracapa do caderno… Aliás… buscou conhecer mais sobre nossa rede.
Sobre a terceira parte da sigla, a Açao, nao vou elaborar muito e me ater a um trecho particularmente triste no comentário do colega. “Ninja é, acima de tudo, o cara que ganha piso de 3 paus para fazer tudo isso. Filmar tudo com o celular e transmitir na internet, sem ganhar nada por isso, é brincadeira”
Seu sentimento de auto-importância, ainda comum entre sobreviventes de redaçoes (Ficaralho, alguém?) o faz encarar a falta de remuneraçao como um demérito. E a baixa remuneraçao como prova de que o Ninja, no fundo, é ele.
Isso encerra de fato a discussao. Nao é que ele se conforma… mas exalta a conformaçao a um mercado precarizado, injusto e que nao dá o devido valor a quem o executa na base. Sem perceber, vira um escudo humano para críticas ao modelo corporativo e comercial. O mesmo modelo falido que, mês a mês, demite mais e mais de seus colegas. E que confunde, em um abraço de afogado, jornal com jornalismo.
Por fim, quero dizer que concordaria com 100% do que disse Artur. Desde que ele trocasse a palavra “Ninja” por “Mártir”.
Nada contra. Há um carma, uma vocaçao, até um papel importante para os que enxergam no martírio uma virtude. Mas nao é pelo sacrifício (sempre presente) de nosso trabalho que saímos de casa. É pela parte empolgante, pela aventura e pela felicidade de tentar criar uma forma nova de fazer jornalismo. E de, inclusive, buscar formas de financiar jornalismo sem patrocínio e anúncios privados ou públicos. Nas próximas semanas, inclusive, vamos apresentar 1 site e 4 modelos diferentes para tentar estreitar a ponte de recursos e ideias entre produtores e consumidores de informaçao. Sem intermediários.
Se há colegas, como Artur, que acham isso uma brincadeira, sem problemas. Nao me ofende nem um pouco. Mas que eles tenham entao a humildade de admitir que muita gente está fazendo brincando o que muitos nao estao conseguindo fazer profissionalmente.
Julio Hungria
Inacreditavel que o Estadao tenha no elenco 1 jornalista desse nivel :( Ao menos nao teve a curiosidade de saber se NINJA era uma sigla
Mauricio Machado
I.m.p.r.e.s.s.i.o.n.a.n.t.e.
Leila Ribeiro
Triste ver como a mídia tradicional ainda não aprendeu nada com a mídia livre.
Renato Guimaraes
Pessoal, eu acompanhei todo este debate no Facebook e posso dizer que a história não é como está contada aqui, que dá a entender que o jornalista do Estadão teria publicado uma nota no jornal sobre a Mídia NINJA.
NÃO FOI NADA DISSO! Ele publicou um post no Facebook dele dando sua opinião pessoal, como jornalista, falando da sua experiência pessoal trabalhando em um veículo da grande imprensa, em contraste com as novas formas de jornalismo, da qual a NINJA é um exemplo. Era sua opinião pessoal, que ele tem todo o direito de emitir.
A coisa tomou uma dimesão enorme quando o Bruno Torturra, um dos idealizadores do Mídia NINJA, respondeu o post e a resposta começou a circular na rede. No fim das contas ambos jornalistas ficaram de bater um papo pessoalmente e tal.
Mas o que se viu foi um festival ridículo de “patrulheirismo”, de gente dando suas opiniões definitivas sobre a “morte da velha mídia”, descascando o cara por ter emitidido sua opinião pessoal. Mais uma prova do lado perverso das mídias sociais, uma caixa de Pandora de onde sai de tudo, especialmente gritaria e cacofonia, mas pouca conversa séria e produtiva.
Julio Hungria
Perdao, Renato, algumas observaçoes sobre teu comentario >
(1) Em momento nenhum o Blue Bus diz ONDE foi publicado. E nao “demos a enteder” nada. Esse entendimento é o da tua exclusiva leitura da nota ;)
(2) Em lugar nenhum do Facebook pode ser comprovado ONDE foi escrito o texto, se no Estadao ou num post na rede social. A nao ser por quem saiba QUAL ARTUR RODRIGUES (há varios no Fb) é efetivamente o autor. Nao há mençao a isso nem mesmo no texto de resposta da Midia NINJA.
Italo Moriconi
Resposta fraca e insuficiente.
Italo Moriconi
Tirando a última frase, com a qual não concordo, o restante deste texto coloca NINJA em xeque.
luciano
E salve salve o ninja…
Não há uma forma de pagar a ele pelo excelente serviço prestado???
Renato Guimaraes
Vamos lá, Julio Hungria:
O primeiro parágrafo da nota do BlueBuss diz o seguinte:
“NINJA responde no Facebook nota de jornalista do Estadao, veja aqui
Em nota, jornalista desmerece trabalho da Mídia NINJA, que acompanha as manifestaçoes brs diretamente da rua, dando uma visao horizontal dos fatos, para quem está de fora. NINJA publicou ontem sua réplica no Facebook, veja:”
Dá a entender, sim, que a nota teria sido publicada no Estadão. Deveria explicitar que foi um post do Facebook. Pode ser uma interpretação minha, mas basta ler os comentários aí embaixo para perceber que outros tiveram esta mesma percepção.
Sobre o segundo ponto, a pessoa que escreveu a nota deveria ter apurado exatamente onde o texto original foi publicado. Isto se chama apuração. A desculpa de que tem tem vários “Artur Rodrigues” simplesmente não é aceitável. Eu não conheço pessoalmente nenhum dos dois envolvidos na celeuma, nem o Torturra, nem o Artur Rodrigues. Quando vi pela primeira vez o texto do Torturra, antes de republicá-lo no Facebook fiz o trabalho básico de jornalismo e apurei até achar o texto original no mesmo Facebook (não me tomou mais do que 10 minutos). Daí eu consegui entender a fundo toda a discussão.
Julio Hungria
Meu caro Renato – Sobre o ponto (1) tua leitura eh exclusivamente tua. Nao estah escrito isso em lugar nenhum :) Sobre o ponto (2) parabens pelo eucesso pessoal na apuraçao ;) Finalmente, nossa discussao nao faz nenhum sentido pra mim – O que importa eh o texto do Artur Rodrigues e a resposta da Midia NINJA. Foi uma opiniao 1 tanto desabrida de 1 jornalista ‘tradicional’ rebatida num belo texto pela NINJA, nao foi? Ou vc tb discorda disso? Quanto a ‘escandalizaçao’ do assunto nas midias sociais, concordo plenamente. Abs e obg pelo dialogo ..
Max Schmidt
Postura ridícula do Blue Bus de pinçar um texto do Facebook de um jornalista e colocar aqui com o único objetivo de linchá-lo virtualmente, como sugeriu alguém em um dos comentários aí embaixo. E depois o Julio ainda tenta bancar a vestal e dizer que não concorda com a escandalização do assunto nas mídias sociais. Impressionante a desfaçatez e o cinismo.
Grilo
Concordo integralmente com os comentários do Renato Guimarães.
Maria Dirce
Continue Ninja com seu trabalho, direto ao assunto, e não faz como eles que são o eco da Globo.Quermos ver as coisas acontecendo como elas são e não como esses Pigs querem que seja, sempre manipulando o povo!!!valeuuu Ninja!!!
luiz sergio nacinovic
Desde o “Filme Sombril”(Filme Sombrio) da “ilustrada” que eu não via tamanho despautério. Botei isso aqui só para avisar jornalista que não conhecia o NINJA que despautério não é isso que ele tá pensando e o Google existe para isso.
Janu Schwab
Acho válido, lindo e nada romântico o trabalho do NINJA enquanto proponente de uma nova plataforma e modus operandi de fazer Jornalismo. A pulga atrás da orelha está em saber que NINJA é braço jornalístico do braço armado da cultura, o Fora do Eixo. Bruno Torturra, um dos idealizadores, disse na Piauí deste mês: “A disputa política não pode ser feita com medo ou dedos em riste”. Acredito nele. Torturra cometia ótimos e bem humorados textos na revista Trip. Mas duvido da sua capacidade de “contaminar” os colegas de Fora do Eixo, estes sim, adeptos dos dedos em riste, carrancas e achincalhes de dar medos típicos de eras stalinistas. A própria resposta à “nota” do jornalista Arthur Rodrigues já demonstra que o bom humor não se sustenta por muito tempo com aquela turma – o tom, a voz e o sentimento são os mesmos de quando o magnético Capilé, um cara inteligentíssimo, e sua trupe eram questionados por “opositores” enquanto tentavam espalhar os “tentáculos” para fora do eixo e Brasil a dentro. No mais, há muitas verdades (e até ciúmes) nessa “disputa” de novas formas e formatos de se fazer Jornalismo. E NINJA encontra nelas espaço pra caminhar. Que seja mesmo um caminho de humores bons.
Artur Rodrigues
Boa noite. Sou o Artur Rodrigues citado neste texto e gostaria só de deixar claro que apenas escrevi um post para os meus amigos no Facebook. Como se pode ver nesse link (https://www.facebook.com/artur.rodrigues/posts/10201344375869944), eu e o Bruno Torturra, como jornalistas profissionais, já nos entendemos. A discussão era sobre reportagem e a publicada neste site, sem ao menos me procurar para me posicionar, me causou surpresa pela irresponsabilidade. Não represento nenhum veículo de comunicação, sou apenas um funcionário, não vejo qual é a relevância de uma notícia sobre qualquer coisa pessoal que eu escreva no Facebook. Eu apenas manifestei uma opinião pessoal sobre o método de reportagem, já que cobri o mesmo tema e denunciei os mesmos abusos que os Ninjas. Aliás, há mais de dez anos faço isso e não vejo a mínima lógica em ver meu trabalho questionado por pessoas que sequer o conhecem e estão opinando baseadas em um post de Facebook. Mas é claro que esse site não me procuraria para me manifestar sobre o assunto, não é? Afinal vocês só republicam informações sem checar nada. Que bela alternativa a mídia “não tradicional”, que não apura matérias, como essa aqui, senhor Julio Hungria. Parabéns mesmo.
Julio Hungria
Oi, Artur, complicado explicar pra vc o que gente faz aqui quando trabalha como agregadores de noticias. Vc nao entenderia. Obrigado por participar da discussao sobre formatos de jornalismo ensejada pelo teu texto e a reposta da Midia NINJA, abs
cochi
eu hein
Julio Hungria
Em resposta ao cochi e tambem ao Artur Ribeiro e ao Renato Guimaraes
Nesse caso, cochi, nossa tarefa nao é ouvir 1 e outro sobre o que falaram, apurar. Eles ja falaram. Tambem nao tem muita importância qual veiculo, se foi no Facebook, no jornal ou em voz alta de cima de 1 caixote na praça. Importante é mostrar (a noticia é mostrar) como é que se dao hoje em dia as divergentes interpretaçoes sobre como exercer a profissao nesse momento de transiçao entre o jornalismo classico, convencional, e uma nova forma, que a gente nao sabe nem mesmo exatamente qual é e que ainda estamos construindo, experimentando, parindo. Pelo que o Artur defende na sua nota sobre a questao, ele nao entenderia e nao aceitaria essa explicaçao. Achei que nao compensava o esforço.
Artur Rodrigues
De fato, Júlio, eu não entenderia o que é um agregador de notícias. Quando faço qualquer matéria sobre uma celeuma entre duas pessoas, ouço as duas e ainda outras que possam ajudar a interpretar a questão. Quando denuncio a polícia, sim a mídia tradicional e eu fazemos muito isso e não só os Ninjas, eu ouço a vítima, o policial, a polícia, o governador e ainda levanto estatísticas criminais que possam mostrar uma conduta de violência policial crônica. É isso que eu e outros repórteres da mídia tradicional fazem e o que parece estar muito fora de moda. Seja para a Ninja ou seja para o Blue Bus. Essa questão parece que virou uma briga de torcida, em que muitos gritam antes de ouvir o outro falar. Sei que independente do que falo aqui as pessoas querem um Big Brother. Na Globo ou na Pos.tv.
Eduardo o Guimaraens (@justdu)
Artur, sou jornalista há muito tempo 30 anos mais ou menos (meu diploma é da PUCRS). Quando comecei no Coojornal, em Porto Alegre na década de 70, o lugar de repórter era na rua, apurar por telefone era heresia. Nós da imprensa alternativa éramos os Ninjas da época. Acho que o trabalho dos Ninjas é uma forma válida de informar nestes tempos de Internet e do mau jornalismo. Lembrando que um diploma e um registro profissional não garantem qualidade
AnaMaria Brito
Se nao existisse gente como o Arthur/Estadao, nao precisaria de NINJA.
Carlos
Renato Guimarães, faço das suas as minhas palavras. Um dia as crianças crescerão.
Vitor Chiandotti
Júlio, de tudo que eu li aqui, seu posicionamento não apenas está errôneo ao defender a Jamille, mas também arrogante. Pondere suas palavras antes de julgar. Espero humildade de todos, não só dos governantes.
Julio Hungria
Oi, Vitor, respeito sua opiniao mas eu defendo aquilo em que acredito. Fui alem do que deveria? Talvez. Mas quem estabelece esse limite? A veemência? O exagero na provocaçao dos outros? Sei lá ;) Obrigado pelo alerta, abs
Marcelo Guedes
Celulares, internet, publicacão instantanea, sem fronteiras, independente e revolucionaria. Não tem mais volta amigos… Quem viver verá!
otavio
Eu não vejo nada disso na mídia ninja, apenas cobertura de manifestações desses Blackbostas apanhando, e presenciei um cartaz postados pelos senhores no dia 07 sobre os PeTralhas e tinha aos montes sendo carregados como lula ladrão devolve o dinheiro da nação e coisas assim, como podemos ter uma mídia social que só mostra o que o partido que financia quer?