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O Estadao agoniza? A Globo n qr comprar – Tb n pode vender p estrangeiros
Deu no Radar da Veja ontem – O Itaú BBA tem em maos um mandato para vender O Estado de S Paulo. As Organizaçoes Globo foram sondadas. Nao se interessaram.
Hoje, no Diario do Centro do Mundo, Paulo Nogueira escreve
A mídia brasileira, com seu descaro torrencial, sempre defendeu ardorosamente o mercado livre – exceto para ela mesma. Seus leitores provavelmente nao sabem, mas a mídia goza de uma inexpugnável reserva de mercado. Concorrentes estrangeiros estao proibidos de atuar no Brasil. Podem ter, no máximo, 30% das açoes.
Já contei aqui um artigo relativamente recente no qual o Globo defendeu a reserva de mercado. O autor era o novato do STF, Barroso, entao advogado da Abert, associaçao responsável pelo lobby da Globo em Brasília. Barroso dizia que as novelas eram patrimônio nacional, e que correríamos um sério risco caso uma emissora chinesa se instalasse no Brasil e fizesse propaganda de Mao.
Pausa para rir.
Essa reserva de mercado, somada a outras mamatas estatais como empréstimos com dinheiro público a juros maternos, trouxe o resultado previsível. As grandes corporaçoes de mídia sempre foram extraordinariamente maladministradas por causa da falta de concorrência externa.
E agora a reserva traz um interessante efeito colateral: as empresas de mídia – quase todas combalidas em consequência da internet — nao conseguem encontrar compradores. Murdoch seria um comprador potencial para algum jornal, para ficar num caso. Mas ele está impedido pela reserva. E é dentro dessa lógica que agoniza o Estadao. Vazou que um banco procurou a Globo para ver se ela estava interessada em comprar o jornal (do Radar da Veja, acima) Nao estava. A Globo já tem uma bomba nas maos, seu próprio jornal. O mercado nacional é demasiado limitado quando você procura compradores com muita caixa para comprar um jornal como o Estadao. Mas nao existe alternativa: eventuais interessados de fora estao vedados pela lei.
Há uma espécie de justiça poética nisso. As companhias de mídia se beneficiaram amplamente da reserva que elas impuseram com seu poder de força. E agora vao pagar o preço dessa esperteza abjeta. Elas nao imaginavam que apareceria uma coisa chamada internet, que transformaria jornais, revistas, rádio e tevê em produtos tao obsoletos quanto o bigode do Barao do Rio Branco.
A vida às vezes é mais justa do que parece.
ramiro
Perfeita análise de Júlio Hungria.
Tratei do tema em janeiro de 2011.
Os veículos se colocaram em uma sinuca de bico.
Nunca imaginaram que a mudança viria com uma “nova mídia”. é um tiro no pé não aceitar capital estrangeiro.
Júlio, se puder veja “A GUERRA SILENCIOSA DAS MÍDIAS” http://que-midia-e-essa.blogspot.com.br/2011/01/guerra-silenciosa-das-midias.html
grande abraço
Prof.Ramiro FIA USP
Julio Hungria
Ola, professor, a analise nao eh minha, eh do Paulo Nogueira, original no Diario do Centro do Mundo apenas republiquei ;) Vou ler A guerra Silenciosa, obrg……….
rene de paula jr
Julio, Schadenfreude numa altura dessas não ajuda muito, ainda mais quando a disrupção provocada pela internet não necessariamente trouxe um futuro sustentavel pra ninguem.
publicitarios e quejandos mamaram na teta do BV desses mesmos veículos com muito gosto, nao? agora é hora de cuspir no prato em que comeu?
ramiro
olá Júlio, Gostaria de um adendo ao meu comentário. Minha família é assinante do Estadao desde 1971. O fato de fazer uma análise crítica do modelo de negócios não impede de admirar o conteúdo do jornal. Abs Ramiro