O IAB Mobile Day ontem – mobile nao é o futuro, ele é o presente

Ontem, no espaço de conferências do Centro Britânico de Sao Paulo em Pinheiros, acompanhei o evento do mobile organizado pelo IAB, foi o IAB Mobile Day. Ouvimos ao todo 11 palestrantes, de diversos segmentos do mercado, como produtoras, agências, portais, redes sociais, anunciantes e adservers – falando do meio sob diferentes pontos de vista.

Com a estratégia de cobrir todas as pontas da comunicaçao digital, o evento ganhou em dinamismo e, diferente do que se costuma ver habitualmente no mercado, as palestras se superaram – construindo um dos melhores encontros dos que participei nos últimos anos.

Para todos os cerca de 200 presentes, estava combinado que o mobile nao é o futuro, ele é o presente. E os números do mercado impressionam, sao mais de 260 milhoes de linhas ativas no Brasil das quais mais de 52 milhoes navegam na internet pelo celular, e o que mais impressiona, 77% desses acessos sao feitos por meio de celulares pré pagos, isso mesmo, pré pagos – O fenômeno se deve ao preço reduzido cobrado pelas operadoras que oferecem um dia inteiro de conectividade ilimitada em contraponto ao antigo meio de acesso desses usuarios – que recorriam às Lan Houses. Dá pra concluir que a internet móvel é a Lan House da atualidade? ;)

Uma das coisas que mais me chamou a atençao é o momento que a publicidade móvel passa atualmente; os esforços dos players do mercado para conquistar cada vez mais adeptos para a nova mídia é um trabalho incansável – e a evangelizaçao dos anunciantes estaria apenas no começo (!)

Essa luta foi muito bem colocada pelo Michel Lent, da Pereira O’dell. Sua apresentaçao fez comparaçoes entre o mobile no marketing atual ante a Web dos anos 2000 – naquela época, havia cerca de 9 milhoes de computadores conectados no Brasil, a mídia online ainda engatinhava e quando havia algum investimento em publicidade, o online ficava apenas com 1 pequeno percentual do budget da campanha – isso quando era contemplado nos planos de mídia. Situaçao que se assemelha muito a que vivemos agora no mobile.

Contudo, há uma grande diferença entre as duas épocas. Nos 1ºs 2000 a evoluçao do meio foi relativamente mais lenta, o que possibilitou, mesmo que de uma forma nao tao adequada, a adaptaçao das grandes corporaçoes ao mundo digital – a maior parte delas teve seu site criado e algumas até se aventuravam na publicidade online.

Já quando olhamos para o mundo mobile de hoje, as mudanças ocorreram de uma forma muito mais veloz e isso alterou repentinamente os costumes das pessoas. Amarradas à complexidade de realizar mudanças estruturais em escala, as grandes corporaçoes nao conseguiram acompanhar o ritmo. Se a era do mobile hoje já é realidade para o consumidor, ainda propriamente nao é para as empresas… Mas há uma nova geraçao, já nativa no digital, que deverá apressar a adaptaçao e equalizar as transformaçoes.

As apresentaçoes dos palestrantes e o Hangout dos painéis serao disponibilizados no site do IAB; fique atento também a fanpage; os dados utilizados nesse texto foram mencionados pelos palestrantes do evento, lembre que números do mercado sempre divergem entre si.

Armando Neto é do Business Inteligence da DM9 e colunista do Blue Bus

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