Da geraçao Coca Cola à geraçao Facebook – As marcas e os movimentos

Acho que ainda assistimos a enlatados americanos na TV e somos bastante influenciados pelas economias chamadas desenvolvidas, que nos ensinam o que comprar, para onde viajar, o que estudar, com quais assuntos nos preocupar há muitos anos. Acostumados com um mundo feito de instituiçoes, partidos políticos, mídia de massa, os  “filhos da revolução, burgueses sem religião, futuro da nação”, a Geração Coca Cola está aprendendo a operar na sociedade em rede, onde o que existe é uma massa de mídias e o poder está, cada vez mais, nas maos dos indivíduos, que se auto-organizam de forma distribuída e compartilhada.

Numa sequência de atos  que tomaram conta de todo o país com movimentos de solidariedade até fora dele, brasileiros de todas as idades estão expondo sua indignaçao nas ruas e na rede. Uma das fotos mostrava um cartaz, que dizia: pediram pra gente sair do Facebook, então fomos pras ruas. Esta Geraçao Facebook vem sendo explicada por alguns estudiosos mas, principalmente, por Manuel Castells, que fala que “estes novos movimentos sociais nao sao políticos em sua essência institucional e partidária, mas carregam consigo a característica de qualquer mobilizaçao social: a de transformar instituiçoes, culturas e pensamentos.”

Neste novo contexto, qual será o papel das Marcas? Como fazer parte da vida de pessoas que nao querem assistir aos anúncios que interrompem suas buscas por música, diversao e conhecimento? Como desenhar produtos e serviços que façam diferença na vida delas e construir histórias que tragam significado? Volto a Castells, falando sobre a Turquia: “Depois da raiva provocada pela indignaçao, vem a emoçao da solidariedade. Passar da indignaçao pessoal à açao coletiva é um processo de comunicaçao”. Acho que cada Marca deve encontrar seu caminho mas, na minha visao, ele passa, obviamente, por emocionar. Conhecer as pessoas, entender o que as mobiliza e fazer parte das suas causas.

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