O sentido universal das experiências particulares – a visao de Clarice Lispector

Terminei de ler a biografia de Clarice Lispector escrita por Benjamin Moser. Sao mais de 500 páginas de tirar o fôlego. Para os fãs da autora, como eu, é um presente rico e profundo. Para os que nao sao, pode ser uma aula sobre história brasileira e internacional. A vida dela nao foi fácil. E a literatura dela também nao é. Ao longo do livro fica claro que ela escrevia para se salvar e, acredito, deve ter salvado muitas outras pessoas pelo caminho.

Uma frase que me chama atençao é esta do título: como dar um sentido universal a experiências particulares? Clarice conseguiu, acho. Seus textos tocam em sentimentos universais mesmo quando fala de experiências cotidianas e absolutamente prosaicas, como a vida doméstica, marido e filhos, cachorros e galinhas, moda e beleza. Acredito que este é o desafio das marcas. Desafio interno e externo. Interno de unir pessoas em sua experiências particulares em torno de uma missao comum, que transcende o individual. E externo, de falar com seus públicos e com toda a sociedade.

As marcas que conseguirem ir além do papel de fazedoras de coisas e entenderem sua responsabilidade para o todo têm mais chance de tocar as pessoas e construir relacionamentos mais duradouros. É preciso sensibilidade. Entender de gente e ser empático para acolher as experiências particulares. É preciso coragem e continuidade para encontrar o sentido universal e entregar soluçoes, produtos e serviços que transformem cada um e o todo.

publicidade

publicidade