Pequenos avanços, mas publicidade brasileira ainda é racista, sexista e machista

As propagandas exibidas na TV brasileira e os posts de marcas no Facebook reforçam estereótipos e nao representam a diversidade de raça e gênero da sociedade. Essas sao as principais conclusoes do 3º estudo ‘TODXS? – Uma análise da representatividade na publicidade brasileira’, realizado pela Heads Propaganda. Pela 1ª vez, a atuaçao das marcas na rede social também foi avaliada. No período do levantamento, somente 15% dos posts no Facebook publicados pelas 127 marcas analisadas contribuíam para a igualdade entre homens e mulheres, enquanto outros 14% reforçavam os estereótipos. Os estereótipos mais recorrentes continuam sendo por imposiçao de um padrao de beleza. Além da falta de contribuiçao para a equidade de gênero, as marcas apresentam outra distorçao relevante, segundo o estudo. A predominância de homens e mulheres brancos nao corresponde à realidade da populaçao brasileira. Dentre os 889 posts avaliados, a presença de mulheres brancas foi de 82%, enquanto entre os homens esse número chegou a 88%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% da populaçao total do Brasil se declara negra.

Já na televisao foram avaliadas mais de 3 mil inserçoes de 30 segundos de 50 segmentos de mercado, totalizando 207 marcas O estudo concluiu que os comercias continuam representando uma sociedade majoritariamente branca. Na televisao, dos 33% de homens protagonistas, 83% sao brancos, enquanto das 26% de mulheres protagonistas, 84% sao brancas. A presença de casais negros na propaganda foi inexistente no período analisado. O novo levantamento ainda concluiu que 2/3 dos comerciais nao contribuem para a equidade de gêneros. Entretanto, em relaçao ao levantamento de janeiro deste ano, cresceu o número de comerciais que nao utilizam estereótipos de gêneros, passando de 41% para 46% do total. Aqueles que reforçam estereótipos caíram de 36% para 26%. Na TV, a representaçao da mulher hipersexualizada caiu 60% em relaçao à última análise, que foi realizada no período pré-carnaval. Os índices de empoderamento das mulheres por liberdade de escolha, sensibilidade e talento tiveram aumentos relevantes em relaçao às últimas ondas.

heads-todxs

 

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