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Quem gostou da nova assinatura da Coca-Cola? | análise da Tânia Savaget
Impossível nao acompanhar o zum-zum-zum assim que as primeiras imagens da nova campanha da Coca-Cola começaram a aparecer nas mídias sociais. Meu Facebook e Instagram foram invadidos pelas lindas fotos com estética incrível e, na sequência, já fui atrás dos filmes e outras informaçoes. Quanto mais influente a marca, mais as pessoas têm muita opiniao sobre ela. E, no caso da Coca-Cola, estamos falando de uma super marca, que fala há muitos anos com geraçoes e geraçoes de gente no mundo todo. Logo me perguntaram se eu gostei. E eu gostei. Achei bastante adequado se o objetivo era voltar a colocar a famosa garrafa nas maos de gente jovem, cosmopolita, charmosa e descolada.
Fui olhar o histórico das imagens poderosas que a Coca-Cola construiu e, de fato, ela estava ficando um pouco conceitual demais, otimista demais, distante demais da sua categoria e do que ela sabe fazer: bebidas. O produto estava perdendo espaço em uma comunicaçao positiva, por vezes até um pouco infantil e com muito foco em “ser e parecer bacana”. Nao tem jeito: quase todas as marcas de alimentos e bebidas estao sendo questionadas sobre suas fórmulas, seus efeitos colaterais, seu impacto em todo o processo. As pessoas querem saber e estao dispostas a questionar e criticar. E na ânsia de ir além dos seus produtos e serviços, acredito que algumas marcas passaram do ponto e ficaram muito intangíveis. Coca-Cola tem a ver com felicidade, ok, mas é uma marca de bebidas. Gosto desta volta à atividade fim.
Como redatora que sou, fiz uma busca nos slogans de todos os tempos. De um modo geral, de 1886 para cá, as versoes variam entre foco nas características do produto, calls to action, aspiracionais, empoderamentos, diversao. Mesmo nas versoes menos concretas há sempre uma palavra do universo das bebidas. Acho o convite para sentir o sabor mais direto do que a versao em inglês, que fala de experiência, viver o momento. De qualquer forma, parece uma volta ao produto. Tem força, tem sensualidade e poder. A escolha do casting e das situaçoes passa longe das externalidades do uso em excesso e prolongado, é verdade. Mas em um mundo com tanta informaçao e opçoes de escolha, me parece legítimo que a Coca-Cola volte a convidar as pessoas a tomarem Coca-Cola. Se nao ela, quem faria este convite?
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