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Retrato estatístico de uma cobertura viciada | Observatório da Imprensa
Texto de Sergio da Motta e Albuquerque no Observatório da Imprensa
Nao existem muitos dados acadêmicos com atualizaçao diária sobre a atuaçao da imprensa. Um projeto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ surgiu com as eleiçoes de 2014 para acompanhar as tendências da mídia de forma sistemática, apartidária e em base científica. Como se comportam nossos maiores jornais impressos, quando examinados em séries sequenciais de um ano sob critérios acadêmicos rigorosos? Quais sao as tendências da nossa imprensa? Como será o retrato estatístico da realidade das nossas coberturas da grande imprensa?
O Manchetômetro é um projeto do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da UERJ que traz cobertura estatística da grande mídia, através do processamento das manchetes dos maiores jornais impressos do Brasil (Globo, Estadao e Folha de Sao Paulo) bem como do Jornal Nacional, da TV Globo. Abaixo está o gráfico atualizado com a sequência estatística anual da cobertura de colunas e artigos dos 3 jornais impressos acima citados. Os textos favoráveis ao PT, Dilma e aliados estao em azul. Os contrários em vermelho, e os neutros em laranja. Observem o desequilíbrio:
O número de artigos e colunas favoráveis foi inexpressivo nessas últimas 12 semanas. As matérias contrárias à atual administraçao, depois do pico da 3ª semana de dezembro de 2015, caíram no início de fevereiro. Coberturas favoráveis desapareceram do estudo no início deste ano. Além das muitas esperanças no impeachment, tivemos, a partir da 2ª semana de dezembro, uma sequência de acontecimentos que alimentaram as pautas contra a atual administraçao. (…)
O início do novo ano veio com um declínio das publicaçoes contra a atual administraçao e seus aliados (se é que ainda existem). O impedimento da presidente perdeu ‘momentum’. Há um cansaço geral sobre esse tema. O gráfico do Manchetômetro subiu, e depois desceu, porque reflete a tendência da produçao de artigos e colunas dos periódicos pesquisados. Com seus vícios, parcialidades e vulnerabilidades às conjunturas mutantes tantas vezes mal compreendidas e explicadas ao público.”
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