Sao Paulo de carro nao dá mais? Texto na Folha de hoje sobre a cidade-automovel

A mina de cabelo azul estava parada, celular na mao, fone no ouvido e sorriso nos lábios, em meio ao vaivém da estaçao Faria Lima, linha 4-amarela, metrô. Eu vinha do modernoso e confuso formigueiro da estaçao Paulista, com aquelas escadas que caem no meio da plataforma e os caminhos que se entrecruzam e esbarram na falta de planejamento. A mina de cabelo azul pareceu-me uma representante classe A das moças da nova classe C. Style. Maquiada kabuki-máscara, jaqueta e All Star. Nao resisti – “Posso tirar uma foto sua?”, arrisquei, já encaixando o nao – “Pode”. Oba, clique, legal, prazer, obrigado – “Nada, desculpe, já estava ficando envergonhada”. A mina do cabelo azul e eu somos personagens de uma cena que se amplia e renova no congestionado mundo do transporte público paulistano. A cidade-automóvel ainda manda, mas sua estupidez está nua. Hoje faço tudo para nao ter de circular de automóvel por Sao Paulo, prisioneiro daquele anda nao anda, olhando de soslaio a moça da antiga classe A, parada ao lado, a retocar o batom na solidao refrigerada de seu Land Rover (…..) Texto de Marcos Augusto Gonçalves Leia o resto na internet somente para assinantes.

 

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